Decorreu ontem, na Escola Básica dos 1.º, 2.º e 3.ºs ciclos/PE Profº. Francisco Barreto, na Fajã da Ovelha, uma conferencia proferida por João Lemos, presidente da Associação de Investigação Científica do Atlântico (AICA), onde foi abordado o tema do turismo sustentável.
Esta foi uma sessão destinada aos alunos do 9.º ano e dos Cursos EFA do referido estabelecimento de ensino, bem como para toda a comunidade local. ‘A importância do turismo sustentável no desenvolvimento das Regiões’ foi o mote para que o orador convidado referisse que o “turismo é considerado o “motor” de desenvolvimento para muitas regiões, é visto como uma oportunidade estratégica para os territórios se afirmarem, quando o seu modelo se baseia nas potencialidades que o setor oferece”. E adiantou que “a Madeira é um exemplo de sucesso quanto ao impacto do turismo, ao longo de mais dois séculos de história, sendo determinante no desenvolvimento da Região”, frisou.
Ora, de acordo com a Carta Europeia de Turismo Sustentável, as políticas para o turismo deverão assentar no desenvolvimento sustentável de uma dada região, de modo a permitir responder às necessidades económicas, sociais e ambientais das gerações presentes, sem comprometer as das gerações futuras.
Nesta linha, os seus objetivos principais são a conservação e valorização do património; o desenvolvimento social e económico; a preservação e melhoramento da qualidade de vida dos habitantes locais; e a gestão dos fluxos de visitantes e aumento da qualidade da oferta turística.
Nas sugestões propostas para a Calheta, João Lemos referiu ser fundamental a criação de uma rede de geomonumentos no concelho, que incluísse, por exemplo, o arco vulcânico da Calheta, o miradouro do Cabo, a lagoa das 25 Fontes, o miradouro do Rabaçal, o Pináculo, no Paul da Serra, ou até mesmo o miradouro “O Precipício”.
Na opinião deste professor, o concelho tem de investir na criação de infraestruturas de apoio a algumas práticas desportivas e actividades outdoor, como seja a construção de plataformas para dinamizar a asa delta e o parapente; criar uma escola náutica; apostar no Paul do Mar para promover provas nacionais e internacionais de surf e de bodyboard. Indo um pouco mais longe, sugere a criação de dois parques ecológicos com guias próprios e entradas pagas ou uma aposta forte nas energias alternativas, principalmente a energia solar e das marés.
Além destes temas, foram referidos aspectos relacionados com a necessidade de reflorestação das áreas que foram atingidas pelos fogos, a dinamização do agroturismo e do turismo activo, ou a criação da ‘Rota do Açúcar’.