O Fortim do Faial já conheceu melhores dias. O estado de degradação em que se encontram as peças de artilharia expostas no pátio deste espaço, bem como os problemas visíveis com o pequeno edifício que o integra deixam surpreendidos madeirenses e turistas que vão à procura daquele que já foi considerado um dos 40 melhores lugares do mundo para assistir ao pôr-do-sol.
Mas a decepção tem uma explicação: há anos que existe um impasse entre as entidades públicas (Câmara Municipal de Santana e Governo Regional) e a família proprietária do imóvel, que tem recusado um acordo de entendimento quando à utilização pública daquele espaço privado. Refira-se que desde 1996 que o Fortim está classificado como património cultural de interesse municipal, após ter sofrido obras de beneficiação por parte da Secretaria Regional do Turismo e Cultura, com a colaboração da Câmara Municipal.
Durante alguns anos o espaço esteve aberto ao público, cabendo a gestão à Casa do Povo do Faial, mas desde então, as portas e janelas foram cerradas e o imóvel degrada-se a cada dia que passa. Uma das últimas intervenções foi feita pela Câmara há um ano e meio, já que o perigo de colapso da muralha do Fortim sobre a vereda do Pico levou a autarquia nortenha a proceder à sua contenção. Desde então, nada foi feito, apesar do interesse da Câmara e do Governo.
DRC e Câmara com vontade
Pelo que conseguimos apurar, tanto a Direcção Regional de Cultura, como a Câmara Municipal de Santana estão interessadas em recuperar e disponibilizar este espaço ao público, mas a falta de entendimento com o representante da família dona do imóvel levou a que o processo não passasse da palavra, mesmo depois da Câmara ter, em 2015, orçamentado as intervenções necessárias. Enquanto não se coloca no papel os termos do acordo, o imóvel vai se degradando a olhos vistos, sob pena de se perder um património do século XVIII que integra a história da Madeira.