Tânia Sofia Gonçalves
Tânia Sofia Gonçalves
António Feliciano Rodrigues é um homem da cultura e da literatura que levou o nome da nossa freguesia de Santa Maria Maior além-mar, tornando-se, inclusive, numa das referências madeirenses em termos culturais.
Um povo que valoriza as suas tradições, as raízes que o sustentam e as memórias que o identificam protege o seu presente e assegura o futuro das novas gerações. Um homem da terra, da nossa freguesia Santa Maria Maior, nascera no Bom Sucesso a 9 de julho de 1869 e faleceu a 4 de fevereiro de 1925. Em sua homenagem e assumindo o objetivo de estimular, fomentar e de investir na criação artística, a Junta de Freguesia promove todos os anos um Concurso Literário com o seu nome.
António Feliciano Rodrigues, segundo a sua biografia, fora um excelente aluno, sempre aplicado nos estudos, um rapaz atento às pessoas e a tudo o que acontecia à sua volta, fixo na intenção de se formar e de se fazer um homem com uma história cheia de vida e substância. A sua ambição, e dedicação levou-o a Coimbra onde se integrou, no meio académico desse tempo, com facilidade, fez bastantes amigos que o admiravam e formou-se em Direito. Aí, recebeu a alcunha Dr. Castilho, por um lado, porque o seu nome era quase um homónimo do célebre poeta António de Castilho, por outro, em virtude do seu talento e da beleza da sua poesia, muito apreciada.
Além de se tornar um jurista bem conceituado, empenha-se nas letras e, desde cedo, conquistou leitores. Foi romancista, poeta, dramaturgo, tradutor entre outros diversos escritos publicados em revistas e jornais, na Madeira e no Continente português. Tornou-se num marco importante da cultura madeirense que não se embaraçou com os diversos géneros literários que existiam, escrevendo em diversos estilos. Foi ainda diretor do Almanach de Lembranças Madeirenses de 1908 a 1911.
Na obra “Versos para os meus filhos”, edição da Livraria Funchalense, podemos perceber o seu modo de ser e a sua forte sensibilidade através de um pequeno excerto da dedicatória que diz: “À memória da minha mãe e minha esposa (…) Este livro não é filho da ciência nem da vaidade – nasceu do coração.”
Da vasta obra considero importante destacar os seus livros: A Escola; A Consciência; Versos da Mocidade; Versos da Madeira; Versos para os meus filhos; Colar de Vidrilhos; Últimas folhas; Sonetos; Versos e Prosas; A canção das lágrimas.