Manda a tradição que comecem, por esta altura, as missas do parto, uma celebração religiosa tão característica da Festa madeirense, que acontece nove dias antes do Natal. Tenha início a 15 ou a 16 de Dezembro, ou até mesmo antes, a verdade é que por estes dias as igrejas enchem-se de fiéis que procuram, desta forma, viver esta quadra única que culmina no nascimento do Menino Jesus.
Assim, em todas as paróquias da Diocese do Funchal têm lugar estas novenas de preparação para o Natal, que por norma são celebradas de madrugada, ainda antes do sol nascer, às 5 ou às 6 da manhã, de modo a não perturbar o dia de trabalho.
Reflectindo uma vivência regional muito própria, as missas do parto parecem estar cada vez mais ‘na moda’, a julgar pelo número de madeirenses, muitos deles jovens, que ‘caem’ da cama cedo, para preparar a romagem ou o bailarico que se segue à liturgia, ou então para um itinerário alternado, que os leva de paróquia em paróquia, escutando a palavra de Deus, mas, também, dando voz e fôlego aos cantares e celebrações que se seguem à Eucaristia.
Esta tradição que apenas se regista na Madeira, foi introduzida pelos padres franciscanos, aquando da sua acção pastoral nos primórdios do povoamento do Arquipélago.
Enquanto devoção mariana, as nove missas do parto aludem aos nove meses de gravidez da Virgem do Parto, culminando com o nascimento do Menino, na Missa do Galo, na noite de 24 para 25 de Dezembro.
Tal como todas as outras festas patronais que se celebram nas diferentes paróquias da Região, a liturgia inicia-se com uma novena, seguindo-se a missa. Isto dentro da igreja. Cá fora, antes e depois dos rituais religiosos, a animação e a festa popular, que muitos dizem ser profana, toma conta do ânimo dos presentes, entre a partilha de um licor ou um cacau e uma ou outra cantiga de Natal.