À semelhança do que tem acontecido com outras comissões de heréus, a da Levada da Negra, no Funchal, pretende constituir-se como associação, estando, neste momento, em discussão os respectivos estatutos, que serão votados na próxima Assembleia-geral de heréus, no final de Janeiro.
Milton Nunes, presidente da direcção dessa comissão, não parece ter dúvidas quanto ao rumo a seguir, fazendo questão de salientar que “a maioria dos heréus concorda com esta mudança”, referiu-nos, que é vista, sobretudo, “como uma adaptação aos tempos actuais e às novas exigências fiscais”.
Presentemente a Levada da Negra conta com pouco mais de 400 regantes, a quem cabe a aprovação dos estatutos da nova associação, devendo o processo ficar concluído nos primeiros meses deste ano.
Qualquer heréu que queira sugerir alguma alteração à proposta de estatutos entretanto apresentada e em apreciação poderá fazê-lo junto da Direcção ou no decorrer da próxima reunião magna, embora, Milton Nunes, seja de opinião que “não deverá haver muito a alterar, uma vez que o documento que apresentamos se limita a fazer cumprir a legislação em vigor”, assegura.
Presentemente, a passagem das comissões de heréus das levadas para associações é vista como uma forma de mais facilmente adequar a sua gestão às imposições das candidaturas a apoios, como seja do PRODERAM, ou a outras fontes de financiamento.
Note-se que essas verbas destinam-se, sobretudo, à manutenção do canal e de outras infra-estruturas conexas, conforme reconhece Milton Nunes, salientando que os custos afectos à limpeza e recuperação da levada são bastante elevados, não sendo suficientes, para o efeito, as receitas próprias. Conforme fez, também, notar, “muitas vezes é a Junta de Freguesia de Santo António a levar a cabo as reparações de forma mais imediata porque nós não temos capacidade financeira para tal”, disse-nos, fazendo questão de agradecer essas intervenções.