A recriação da espetada original madeirense, tal como era confeccionada no século XVII, reuniu esta sexta-feira, no Montado da Esperança, em São Roque, dezenas de pessoas no arranque da Festa da Alegria.
“Segundo os historiadores e os arqueólogos foi aqui que nasceu a espetada madeirense. Os pastores subiam à serra para tosquiarem os animais e no final do dia faziam um braseado com carne de cabra nova em espeto de louro” explicou Pedro Gomes, presidente da Junta de Freguesia de São Roque.
Uma tradição que o autarca quer recuperar para enriquecer o património cultural da freguesia. “Estamos a trabalhar para que, no futuro, esta espetada seja um ex-libris do Montado da Esperança e de São Roque”, avançou, sublinhando que esta é também uma forma de divulgar a freguesia e de dinamizar a economia local.
A demonstração gastronómica ficou a cargo de Rocha de Silva, ex-diretor regional das Florestas, que recordou as origens da espetada. “No final do dia de trabalhar a marcar as crias novas, os criadores de gado escolhiam uma rés, desgarrada ou ferida. Como não tinham panelas a solução era cortar aos bocados e assar num braseiro, num espeto de louro”.
As festividades em honra de Nossa Senhora da Alegria, organizada pela Junta de Freguesia de São Roque e pela Casa do Povo local, prolonga-se pelo fim de semana, onde não faltarão as barracas de comes-e-bebes, onde poderão ser encontrados os típicos pratos madeirenses. O programa inclui a atuação de músicos, a realização de atividades lúdico-desportivas, sendo que o ponto alto da Festa da Alegria é a Missa Campal, que acontece no domingo às 11h45, com o padre José Luís Rodrigues.
Recorde-se que o transporte será assegurado durante toda a festa, com carrinhas todo-o-terreno que farão as subidas e descidas entre o Largo do Encontro e o Montado da Esperança.