Acrescentar vida aos anos

Juvenal Rodrigues

Foi no pretérito dia 15 .09.19 que a Junta Freguesia Santa Maria Maior levou a efeito a apresentação da sua Universidade Sénior para o ano 2019/2020 no qual esteve presente o senhor Presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, entre outras figuras de destaque, assim como os próprios interessados; os alunos da U.S.

Embora não seja uma novidade, esta apresentação foi pretexto para um salutar convívio entre os professores das diversas disciplinas, os jovens e os seniores. A troca de ideias, os conhecimentos académicos e os conhecimentos profissionais, ao longo de muitos anos, formam uma escola universal; a escola da vida que os mais jovens não aprendem nos bancos da escola.

O projeto das Universidades Sénior, embora muito mais recente e com um modelo algo diferente, aparece na sequência dos ginásios municipais que a C.M.F. implementou por volta de 1996. A ativação do Ginásio da Barreirinha e o Ginásio de São Martinho deu origem ao Ginásio de Santo António e Centro Comunitário do Funchal e hoje tornou-se num útil e agradável projeto social que acrescenta vida aos anos e contribui para uma mente sã num corpo são. Embora, hoje em dia, nada se faça sem custos financeiros, este projeto social não pode ser encarado como uma despesa mas sim como um investimento, presente e futuro, na saúde e bem estar dos menos jovens.

O ecletismo desta área social é bastante vasto e de aprendizagem contínua, que além da ginástica de manutenção, essencial ao corpo humano, ainda proporciona jogos cognitivos para o necessário desenvolvimento da mente, retardando ou afastando o aparecimento da terrível doença de alzheimer além de combater a solidão, uma das causas da degradação precoce na idade sénior.

Mas a riqueza desta sã convivência não fica por aqui já que, quer as U.S, quer os ginásios têm grupos de música, de teatro, danças de salão e ainda diversos jogos adaptados…

Na área de aprendizagem desenvolve aulas de alfabetização. informática, inglês, artes e culinária, além de momentos de lazer, convívio e ocupação de tempos livres, minimizando assim o desespero e a solidão que leva, por vezes, os idosos a desistirem da própria vida optando por atos de suicídio ou por lhes faltar uma razão para viver.

Mas a riqueza desta sã convivência não fica por aqui já que, quer as U.S, quer os ginásios têm grupos de música, de teatro, danças de salão e ainda diversos jogos adaptados tais como voleibol, basquetebol, petanca, dardos, jogos de cartas e até os denominados jogos da aventura que o Ginásio da Barreirinha costuma realizar em vários pontos da ilha da Madeira e Porto Santo. Para que o leitor possa fazer uma ideia mais real fica a saber que este ginásio – desconheço se outros já o fizeram – até já desenvolveu, recentemente, aulas de defesa pessoal para que mesmo os mais idosos fiquem com a ideia do que é defender-se dos roubos ou outro tipo de violência.

Por tudo isto, por uma população envelhecida, acho que a Câmara Municipal do Funchal, a Junta de Freguesia da Santa Maria Maior, a Universidade Sénior do Funchal ou qualquer instituição que se dedique a esta causa do envelhecimento ativo nunca deveria descurar esta área social uma vez que, repito, isto não pode ser encarado como um custo mas um investimento na saúde física e mental de uma população que passou toda uma vida a construir uma sociedade ao longo de muitos anos e agora espera que essa mesma sociedade retribua, proporcionando-lhes um envelhecimento cuidado e saudável. Uma cama no hospital, ocupada por um idoso, sai mais caro à Região do que aquilo que está a ser investido agora na prevenção.