A população da Fajã da Ovelha está indignada com a visita de Miguel Albuquerque, marcada para este Sábado de manhã, a um projecto de intervenção florestal, numa área de 28,5 hectares, localizado no sítio da Pedra Ruiva, na respectiva freguesia, e que acusam estar a ser realizado em “em terrenos usurpados”.
Os populares alertaram o presidente da Junta de Freguesia da Fajã da Ovelha, Gabriel Neto, afirmando que este investimento está a ser realizado através de fundos comunitários “em terrenos obtidos ou usurpados através de um método de escritura de justificação na qual três parcelas com a área total de doze mil e trezentos metros dão azo a uma reclamação de área ainda não legitimada pelas Finanças que ronda os trezentos mil metros no seu conjunto”. O presidente da freguesia confirma que o “processo atinge de forma inequívoca áreas na posse ou em nome de diversos titulares da Freguesia da Fajã da Ovelha” e “constitui motivo de angústia para aqueles que estão na iminência de perder os seus bens esta revolta deve ser denunciada”. Para além de indignação e revolta, sustenta ainda.
Através de comunicado enviado para as redacções, Gabriel Neto informa que várias entidades estão a par do problema, entre as quais a Câmara Municipal da Calheta, até porque na mesma zona “estão incluindo terrenos inscritos no nome do município cerca de cento cinquenta mil metros”.
Como a população local, também Gabriel Neto concorda que a vista de Miguel Albuquerque “valida de forma prepotente todo este processo de obtenção de terrenos contra a indignação e estupefacção da população que assiste impotente à cobertura dada pelos serviços e departamentos da Administração Regional Representativa do Estado”.
“Esta situação, uma vez que não está esclarecida nem legitimada em termos patrimoniais, constitui por este facto uma violência sobre uma população vulnerável pelo seu envelhecimento e isolamento e fracas posses”, escreve ainda o presidente da Fajã da Ovelha.