Longe vai o dia 22 de Dezembro de 1945. Ângelo de Freitas era ordenado padre celebrando a sua primeira eucaristia na paróquia da Ponta Delgada. Esta tarde comemorou as Bodas de Diamante (75 anos) de sacerdócio, muitos dos quais em exercendo funções em diferentes paróquia do concelho da Calheta, a maioria da carreira eclesiástica entre a Ponta do Pargo, Fajã da Ovelha e Paul do Mar.
Por esse facto, entendeu o actual executivo camarário, liderado por Carlos Teles, homenagear através de um Voto de Louvor, aprovado por unanimidade na reunião de Câmara, “a longevidade e o contributo em prol da população que o senhor padre teve para com a população destas freguesias”, elogiou o edil que presenteou o pároco com uma pintura da autoria de Daniel Jardim, um artista calhetense.
Ao DIÁRIO de FREGUESIAS, o sacerdote de 98 anos lembrou alguns momentos do percurso, nomeadamente o convite do então bispo da Diocese do Funchal: “Na altura disse que gostava de ir para o Seminário mas não podia ir porque os meus pais não tinham dinheiro para que eu fosse estudar”. Só que a vontade prevaleceu e ajuda da igreja chegou. Meses depois Ângelo de Freitas frequentava ensino.
“O gosto pela bola quase deitava tudo a perder até que, felizmente, levei um pontapé, e decidi nunca mais jogar e dedicar-me ao estudo e ao sacerdócio. Graças a Deus que assim foi”, regozijou-se pela opção e numa lucidez que chegou a impressionar os convidados.