A Banda Municipal Paulense comemora hoje cento e quarenta sete anos de existência liderada por Lito Garcês e tem como director artístico João Pedro Fernandes.
Segundo o historial revela que é uma marca memorável, motivo de alegria e orgulho para um povo persistente que não quer deixar morrer as suas tradições e valores e é também um símbolo da Região Autónoma da Madeira, pela sua perseverança e contributo à Cultura Regional, pelo ensino dos jovens através da música e, principalmente, pela alegria que transmitiu e continua a transmitir ao povo, ao longo destes anos de existência.
Foi a 4 de Setembro de 1874 que nascia na freguesia do Paul do Mar, uma Banda de música, inicialmente denominada, Filarmónica Paulense e a partir de 1991, de Banda Municipal Paulense. Não há certezas de como surgiu a ideia de formar uma Banda, mas tudo teve início numa reunião familiar, visto que todos os membros fundadores pertenciam à mesma família. Os membros fundadores da Banda foram Manuel Gonçalves Jardim e Arsénio Santana. O primeiro Presidente e também primeiro Maestro da Banda foi Arsénio Santana, que depois passou o testemunho para Arseninho (seu filho). Depois a responsabilidade da Banda ficou a cargo dos Coitos. Assim, o terceiro Maestro foi António Coito, o quarto Manuel Bernardo Coito Andrade e o quinto novamente, António Coito. Mais recentemente foi Maestro, o Manuel Patrício Balelo de 1982 a 1992 e atualmente, João Pedro Gomes Fernandes, que se mantém nestas funções desde Janeiro de 1993.
Segundo Luíza Clode, muitos instrumentos foram oferecidos por um Príncipe russo, no entanto os fundos para a manutenção da Banda, eram provenientes dos Amadores da Banda. Os Amadores tinham uma quota fixa (2$50 em 1950), mas em caso de necessidade, eles davam mais dinheiro e em contrapartida a Banda tinha de ir à casa destes, na primeira oitava de Santo Amaro e aos serviços fúnebres, destes ou pessoa da família.
De salientar, que no dia 1 de Dezembro (dia da Restauração) e no 1º dia do Ano, a Banda saía às ruas da freguesia para assinalar esses dias festivos. A Banda tinha muitas actuações, tanto em arraiais como em cerimónias fúnebres, casamentos, aniversários, entre outros.
As deslocações eram feitas com muitas dificuldades, pois tinham de se deslocar a pé pelas veredas, quando se tratava de atuações no Concelho da Calheta ou nos Concelhos vizinhos e através de barco, para lugares como, Porto Moniz, Seixal, Funchal, Câmara de Lobos e Porto Santo (numa viagem feita a 12 de Junho de 1946 e outra entre os dias 7 e 15 de Agosto de 1973 para as Festas da “Senhora da Piedade e da “Nossa Senhora da Graça”).
Ao longo dos tempos a Banda Municipal Paulense, tem sentido dificuldades, algumas vezes, e em perigo de extinção, devido à emigração. À procura de melhores condições de vida, quase todos os elementos da Banda emigram (Panamá, Samoa, México, Estados Unidos, Venezuela, Equador, Africa do Sul, Austrália e mais recentemente para a Inglaterra) e assim sendo a Banda está em constante renovação e tem sempre uma média de idades muito nova. Contudo, para que se dê continuação a este serviço prestado, à evolução e constante renovação da Banda, esta necessita de apoios e apoios esses que vêm da Câmara Municipal da Calheta, a fim de serem direcionados para a Escola de Formação da Banda, fardamentodos elementos e aquisição e manutenção de instrumentos musicais.