Dois meses depois de ter formalizado o seu pedido de desvinculação do CDS, Paulo Rodrigues, actual presidente da Junta de Freguesia do Paul do Mar, decidiu tornar pública a sua saída através de uma mensagem divulgada nas redes sociais.
A decisão surge no mesmo dia em que o DIÁRIO noticiou que o autarca vai recandidatar-se à Junta do Paul do Mar, desta vez integrado na lista do PSD, liderada por Doroteia Leça, mas mantendo o estatuto de independente.
Num texto publicado esta manhã no Facebook, Paulo Rodrigues faz um balanço do seu percurso político, lembrando que foi eleito presidente da Junta pelo CDS nas autárquicas de 2017 e reeleito em 2021. “Após um período de reflexão, tomei a decisão de sair do partido onde estive até agora”, começou por afirmar, agradecendo o convite que recebeu há oito anos do então líder regional dos centristas, Rui Barreto, e do já falecido Paulo Abreu.
A mensagem é também dirigida aos três presidentes do CDS durante o período em que foi militante: António Lopes da Fonseca, Rui Barreto e José Manuel Rodrigues. “Cumpri sempre, mas sempre com dedicação e coração os desafios a que me propus”, garante o autarca, acrescentando que continuará a intervir “civicamente com responsabilidade e independência”.
Foi em Maio deste ano que Paulo Rodrigues tinha solicitado a sua saída formal do CDS, colocando um ponto final numa ligação de vários anos ao partido. Desde então, o autarca manteve-se discreto quanto ao seu futuro político, mas o anúncio de que fará parte da candidatura social-democrata na Calheta, como independente, precipitou agora a sua declaração pública.
Ao DIÁRIO, dirigentes do PSD já tinham confirmado a escolha de Paulo Rodrigues para voltar a liderar a lista à Junta do Paul do Mar, considerando-o um activo político com provas dadas e com reconhecimento local.
Este é mais um episódio que ilustra as movimentações políticas em curso no concelho da Calheta, onde o PSD aposta numa lista de continuidade, mas com reforço de independentes, numa estratégia conduzida por Doroteia Leça.
Paulo Rodrigues, agora assumidamente desvinculado do CDS, mantém-se assim na corrida eleitoral, desta vez com uma nova sigla a apoiá-lo, mas preservando o discurso de independência e proximidade à população.
A decisão surge num contexto de reconfiguração política no concelho, onde as listas às freguesias estão a ser montadas com uma mistura de nomes históricos e novas apostas, numa lógica de alargamento de base de apoio.