No Campanário falta uma estrada e o centro de saúde deveria ser mais célere. Estas são algumas das reivindicações dos residentes da freguesia, que falaram ao DIÁRIO no âmbito dos trabalhos a propósito das eleições autárquicas, que decorrem a 12 de Outubro.
O agricultor João Costa apontou a necessidade urgente de uma estrada que facilitaria o transporte dos produtos agrícolas, nomeadamente bananas e cana-de-açúcar.
“O que nós precisávamos era de uma estrada. Tenho um amigo que tem umas canas-de-açúcar, mas é muito longe para transportá-las. Então, se passasse uma estrada lá em baixo, na Glória, ajudava muito e era tudo mais fácil e mais acessível. Ele paga 100 euros por dia a cada homem, tornando-se tudo muito caro”
Foto Rui Silva/Aspress
Já Odília Abreu, de 76 anos, disse não ter boas referências do centro de saúde devido ao tempo de espera para uma consulta, tanto que para resolver o problema escolheu ir ao privado.
“Quando lá ia, mandavam regressar amanhã e assim sucessivamente, e quando dava por mim já tinham passado três meses. É muito tempo de espera. Por isso, vou ao privado, pago e venho para casa. É tudo muito mais rápido”
Foto Rui Silva/Aspress
Por outro lado, o taxista Gilberto Abreu, de 36 anos, optou apenas por enaltecer o “desenvolvimento” do Campanário nos últimos anos.
“A freguesia tem mais movimento e há muitos emigrantes que abriram negócios, fazendo mexer a economia local”
Foto Rui Silva/Aspress
Habituado a lidar com pessoas devido à sua profissão, diariamente ouve muitas reclamações, como o facto de estar tudo caro, mas acredita que isto é um mal geral e não apenas daquela freguesia, de onde é natural.
Sobre a freguesia:
A freguesia do Campanário, com uma área aproximada de 11,80 km2, foi fundada a 15 de Maio de 1515. O nome da freguesia – Campanário, teve origem devido à forma de um ilhéu com duas altas pernadas que os descobridores observaram junto à costa destas terras. Este ilhéu que parecia ter a forma da torre de uma igreja, onde se situam os sinos, perdeu uma das pernadas em 1798, derrubada pelo mar.
Imagem – O Grande Castanheiro do Campanário, Gravura de P. Langlois, a partir de uma fotografia. 1888
A freguesia até 1835 estava integrada no concelho do Funchal mas nesse mesmo ano deu-se a criação do concelho de Câmara de Lobos, passando o Campanário a pertencer a este novo concelho devido à maior proximidade territorial. A 6 de Maio de 1914 surgiu outro concelho, a Ribeira Brava, que passou a englobar quatro freguesias: o Campanário, a Ribeira Brava, a Tabua e a Serra de Água.
Leia mais sobre esta reportagem na edição impressa do DIÁRIO desta quarta-feira, 9 de Julho.