
O Chega absteve-se na votação do Orçamento, Plano Plurianual e Mapa de Pessoal para 2026, na freguesia de Santo António. O partido indica que tal decisão teve por base “uma avaliação responsável dos documentos e traduz uma postura de exigência política, orientada para a melhoria da governação local e para a defesa do interesse da freguesia”.
Nelson Costa Ferreira reconhece o trabalho operacional desenvolvido no dia-a-dia, visível nas limpezas, nas pequenas obras e na manutenção de uma rede de apoio social que acompanha várias famílias. “O esforço dos trabalhadores e dos serviços é evidente e merece reconhecimento”, aponta o eleito à Assembleia de Freguesia de Santo António.
Contudo, afirma que tal não valida um voto favorável. “O Chega não valida um modelo de gestão que considera esgotado e insuficiente para responder aos desafios futuros de Santo António”, indica, acrescentando que “os documentos apresentados revelam uma freguesia excessivamente dependente de transferências externas, que representam cerca de 91% das receitas, sem uma estratégia clara de autonomia financeira; uma atuação centrada na assistência social direta, sem uma política consistente de capacitação e emancipação económica; uma lógica de microgestão reativa, sem visão estratégica para o território, para além das fragilidades ao nível da transparência nos critérios de atribuição dos apoios sociais, comprometendo a equidade e a confiança pública”.
Nelson Costa Ferreira assume que “votar a favor seria legitimar a continuação deste estado de coisas, e o Chega não está disponível para isso”, isto porque considera que “a freguesia precisa de mais ambição, mais estratégia e mais transparência”.
Segundo o Chega, a abstenção deve ser entendida como “um voto construtivo, um «ainda não» que exige um salto qualitativo na governação local”. Nesse sentido, o Chega apresentou propostas concretas, nomeadamente um Plano de Autonomia Financeira 2026–2030, o programa ‘Santo António Capacita’ para transformar a acção social em investimento no capital humano, uma Agenda Estratégica Participativa para definir o futuro da freguesia e uma Carta de Transparência com critérios públicos para a atribuição de apoios.
“O CH estará sempre disponível para aprovar medidas que caminhem nesse sentido. A nossa missão é elevar a qualidade da democracia local, não bloqueá-la”, conclui Nelson Costa Ferreira.