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A freguesia do Faial, uma das mais belas da Madeira
15 Março, 2018

O meu recanto com encanto – o Faial

25 Março, 2018 às 12:43

Ana Rosina Freitas

Acordo cedo. Abro a janela e sinto o vento fresco no rosto. Ouço as ondas que embatem fortemente nas rochas íngremes e, com um sorriso, olho em volta. Olho para aquele que, de coração pleno, chamo de “meu recanto”.

Entre o mar e a montanha, por entre lombos, vales, fajãs e montados, observo a terra que me viu nascer. Orgulhosamente, olho para o Faial. Não é fácil resumir cerca de 470 anos de história, mas também não é nada difícil descrever a freguesia que me fez “gente”. Que fez a tantos, “gente”!…

É a maior freguesia do concelho de Santana. Deste o maravilhoso Pico Ruivo, desaguando nas águas frescas do oceano Atlântico, por entre faias, paisagens deslumbrantes e amenas, vive um povo humilde e corajoso que todos os dias renasce a olhar para o horizonte. Que amanhece a contemplar um nascer do sol que já foi considerado o melhor da Europa. E que belo que ele é!…

Encontro-me de frente para um imponente maciço rochoso de nome Penha d’Águia. 590m de porte majestoso, rico em plantas endémicas e de vistas espetaculares. Reza a lenda que é aí que está enterrada a espada de D. Sebastião e que “O Desejado” se deixou encantar ali, aparecendo e desaparecendo misteriosamente em dias de neblina, aguardando o dia que voltará com o seu exército para derrotar descrentes da Fé e defender a Nação. Haverá lugar mais mágico para se encantar?…

Esta é uma terra de povo com bom coração e rebeldia na alma. Somos feitos de uma massa simples, afetuosa, alegre, resistente e intensa. A vida assim nos ensinou desde sempre!…

Um povo que se ergue à rebeldia dos contratempos da vida e resistentemente luta contra as contrariedades da sua existência. Que renasce das cinzas a braços e com fé na alma. Foi assim que nos erguemos vezes e vezes sem conta. Foi assim que ao longo destes quatro séculos, erguemo-nos. Escavou-se num enorme rochedo de cantaria a capela que foi refúgio para os homens bravos, a Capela de Nossa Senhora da Penha de França. Construiu-se um Fortim que nos protegeu das contínuas armadas dos corsários, um cais que nos soltou para o resto da ilha e ergueu-se pontes que nos unem, não fosse esta considerada a freguesia das pontes. Reconstruiu-se das ruínas a nossa igreja com a união e o credo de todos e sem temor algum, fez-se de um resto um Todo de novo. E também é aqui, que no início do século XX foi construída a que durante muito tempo foi considerada a maior ponte da Madeira, a “Ponte dos 7 Arcos”. O destemor da Ribeira Seca fê-la ceder, mas a intrepidez deste povo fê-la levantar de novo. E temos a “Ponte dos 5 Arcos”, que ainda hoje resiste. Somos a freguesia que tem uma praia de águas límpidas e puras com a segurança da enseada construída pela Natureza, com colunas pentagonais perfeitamente alinhadas e talhadas como se de uma obra humana se tratasse.

Depois de desnatado, o soro (leite desnatado) era levado para casa e, pasme-se, destinava-se exclusivamente para sustento dos porcos. Em época de grande pobreza e de carência alimentar as pessoas não bebiam leite, este alimentava os porcos.

Este é um lugar de viagem cultural rica que mantém ao longo do tempo estórias, contos e vivências que a memória não apaga. Temos lugares mágicos. E somos tão orgulhosos disso!…

Somos um povo com história. Mas também somos aqueles que têm vincado na sua mente que a vida é feita do agora e de um futuro que se quer sempre melhor. Que procuramos sempre que seja melhor. De um povo lutador e aventureiro. De um povo que não desanima e que faz das marcas, as suas histórias de vida.

O Faial tendeu sempre a construir-se assim. Com o olhar no que está mais além. É para nós intrínseco que por entre estes vales abruptos, por entre as nossas memórias e os nossos sonhos, que o caminho certo é a simbiose perfeita entre o ontem e o amanhã.

Somos o povo abrigado pelo manto de Nossa Senhora da Natividade e sob o olhar atento na Nossa Senhora dos Bons Caminhos. Isso faz de nós, destemidos, valentes, insatisfeitos e perseverantes. Mas é exatamente assim que nos enriquecemos enquanto seres sem nunca, estivermos onde estivermos, esquecermo-nos do nosso nascedouro. Da nossa origem. Do nosso “recanto”!…

Somos um povo do mundo, não tivéssemos “filhos” espalhados pelos quatro cantos do planeta. Já dizia John dos Passos que, “É possível arrancar o Homem do seu país, mas nunca arrancar o país do coração do Homem”. E como nós faialenses, sabemos isso tão bem!…

Mas apesar das dicotomias que a vida nos coloca adiante, somos um povo que defende com alma e coração este sítio que é tão nosso e que é tão feito de cada um de nós, faialenses, sejam eles de berço ou de coração.

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