Mariusky Spínola
Mariusky Spínola
Muito tenho ouvido falar, ao longo destes quase 10 anos a viver no Caniço, que vivo numa “cidade dormitório”. Pois bem…
O termo “Cidade dormitório” é comumente usado para definir cidades que servem principalmente para dormir, cidades para onde os seus habitantes regressam após mais um dia de trabalho nas periferias ou afins. A escolha de residência nestas cidades assenta sobretudo em questões de raiz financeira devido aos elevados custos dos imóveis em centros mais urbanos, como o nosso (lindo) Funchal. Este, aliado ao facto do meu marido estar já estabelecido a nível de emprego no Caniço (numa época em que a empregabilidade é precária), foi um dos fatores que influenciou a nossa decisão. Optamos pela qualidade, não só do imóvel, mas também do espaço geográfico… Aqui encontramos a paz onde queríamos constituir família, uma freguesia onde ainda é possível viver sem a correria das grandes cidades.
Outro aspeto que caracteriza estas cidades é o fraco tecido empresarial e a reduzida oferta em termos de serviços sendo uma área maioritariamente residencial. Começamos já aqui a ver que o Caniço começa a não encaixar-se nestas características!
A ausência de infraestruturas, a pobreza de serviços públicos como escolas, centros de saúde, segurança social, etc., a escassa quantidade de superfícies comerciais e o desnivelamento económico consequente, a reduzida oferta de espaços de lazer para a comunidade são também características de uma cidade dormitório. Ora, no Caniço, tenho a sorte de poder ter a pouca distância, uma rede de infraestruturas que nos permitiu estabelecer-nos com os nossos filhos, sabendo que teríamos como recurso, por exemplo, um dos poucos centros de saúde com pediatra, escolas de boa qualidade sendo que a 2+3 do Caniço figura entre as melhores do país, parques infantis, supermercados e mercearias, frutarias, padarias, clubes desportivos, ginásios, clínicas… tudo ao pé de casa!
O Caniço tem vindo a crescer a olhos vistos e hoje temos uma variedade considerável de estabelecimentos comerciais que nos permitem as mais variadas compras sem ter de sair do Caniço! (mesmo que queiramos sair, a nossa rede de autocarros bem como os acessos rodoviários são inegavelmente de qualidade!)
Neste momento, é evidente o crescimento que se tem verificado no Caniço e creio termos avançado mais de meio caminho no que diz respeito a deixar este “termo” cair por terra. O esforço tem sido evidente e a aposta e o investimento na nossa cidade, quer público quer privado, tem permitido que continuemos a crescer e a ser a opção para muitos novos casais se instalarem e constituírem família.
Somos uma cidade que oferece a dualidade do rural e do urbano, o desenvolvimento e a tradição, a complementaridade da serra e do mar. Somos uma cidade que luta pela sua população, que aposta num desenvolvimento cada vez mais autossustentável, que privilegia a agricultura, o turismo, a educação e o comércio como ferramentas que potenciam a qualidade de vida da população e fomentam o crescimento económico da cidade. Somos uma cidade que reivindica a quem de direito pelas áreas lacunares, que trabalha nas áreas emergentes.
Se somos uma cidade perfeita? Se nos faltam ainda alguns recursos, algumas infraestruturas? Se podemos crescer mais, crescer melhor? Podemos sim e todos os dias a população luta nesse sentido. Acreditamos que juntos podemos elevar o Caniço à grandeza que merece! Que somos e respiramos Caniço! Que somos grandes, mas podemos ser maiores! E é essa fé que nos move! É essa a força que nos impulsiona!
Não somos uma cidade dormitório! Cada vez mais nos distanciamos desse termo e cada vez mais nos assumimos como uma grande cidade que muito tem contribuído para a taxa de natalidade da região, para o aumento da taxa de ocupação do turismo, para a economia geral da nossa ilha!
Sou efetivamente a “pequena” que veio da Venezuela e foi viver para a Quinta Grande! Mas sou, orgulhosamente, a Mulher que escolheu o Caniço para viver e que já o tem no coração!