Ricardo Catanho
Ricardo Catanho
Nos últimos artigos que escrevi debrucei-me sobre a temática da Natureza e tudo aquilo que envolve, tendo uma visão mais ecológica e perspetivando um crescimento cada vez mais sustentável, nomeadamente por estarmos geograficamente situados “no coração da Laurissilva” e tudo o que isso representa que certamente não se esgotará na composição de dois textos…
Mas hoje, gostaria de falar sobre o território e a sua organização de uma ótica cultural, histórica e económica.
O Vale de São Vicente é sobejamente conhecido na Madeira e além-fronteiras, não só pela nossa grande comunidade emigrante que podemos encontrar nos quatro cantos do Mundo, sendo eles sem sombra de dúvida os nossos principais e mais entusiastas embaixadores, aqueles que descrevem e promovem São Vicente com palavras vindas diretamente do coração, mas também por milhares de turista que por cá passam anualmente e levam consigo imagens que com orgulho mostram aos seus familiares e amigos.
Se pararmos um pouco para refletir sobre aquilo que tem sido feito no que diz respeito ao ordenamento do território nos últimos anos, rapidamente concluímos que esta matéria não tem sido propriamente uma prioridade para as entidades governativas locais. Não querendo fazer o papel de “advogado do diabo” mas essencialmente por ser um amante desta magnifica terra dou por mim a pensar no que realmente tem sido feito e naquilo que se perspetiva fazer para o futuro!
Nesse sentido gostaria de elencar algumas questões, que do meu ponto de vista, deveriam definir as diferentes valências que esta área envolve não só de uma perspetiva organizacional do território mas também, claro está, que potencialidades poderão ser exploradas nomeadamente na área cultural bem como de uma visão mais economicista são fundamentais para o futuro da nossa freguesia, nomeadamente e por exemplo no que está ser feito relativamente a manutenção e recuperação dos caminhos reais existentes em São Vicente, esse património histórico e cultural que se está a degradar e a desaparecer a olhos vistos, em algumas partes da Região estes caminhos, estes marcos, estas provas ainda vivas da nossa história que os nossos antepassados com enorme trabalho e espírito de sacrifício nos deixaram, têm tido cada vez mais destaque e a sua valorização e promoção é um facto, há mesmo associações com projetos muito interessantes para a manutenção e preservação deste património que servem também para alavancar um pouco a economia local.
A Proteção da costa marítima, nomeadamente nas zonas mais sensíveis e expostas a erosão dos elementos naturais.
Pensar na nossa magnífica costa como uma oportunidade de promoção da nossa freguesia e potencia-la para o aproveito económico para que os nossos empresários possam efetivamente tirar dividendos.
E parar também para pensar de forma realista e séria com “partidarites” á parte se é com a destruição do litoral, como tencionam fazer e ver se realmente esta loucura não é mais que teimosia governativa e um erro político irreversível para a nossa marginal mais conhecida como o Calhau, basta ver o que foi feito em várias zonas litorais da Madeira para constatar “in loco” que na maioria dos casos estes atentados apenas pioraram o que lá estava.
A criação de infraestruturas que promovam e incentivem hábitos de vida saudáveis, com a criação de passeios em todas as estradas municipais com áreas sinalizadas e equipadas com a colocação de equipamentos para a prática de exercício físico, é nosso dever deixar esse legado, essa mensagem para as gerações atuais e futuras, essencialmente um alerta para uma sociedade cada vez mais sedentarizada.
Criar de uma vez por todas estacionamentos nas zonas de maior afluência de trafego nomeadamente entre a Vila e o Calhau, é urgente e mesmo uma prioridade em termos de planeamento do território, apenas aqueles que têm estacionamento pago pelo erário público parecem não vivenciar esta realidade que é de facto uma perda significativa de visitantes devido a falta de lugares para estacionar….
Criar um plano através da qual a nossa freguesia seja valorizada e potencializada destacando as suas mais-valias culturais históricas e recreativas, contribuindo também desta forma para mais um reforço da economia local.
Entre outras coisas que em conjunto todos nós como cidadãos conscientes e responsáveis deveremos participar neste debate que deveria ser publico dizendo, apontado aquilo que da perspetiva de cada um acham estar mal, contribuindo também de uma forma positiva com opiniões, ideias e pontos de vista diferentes, se optamos por cá viver o mínimo que podemos fazer é contribuirmos todos juntos para melhorar o futuro da nossa terra e veio-me a memória um slogan com alguns anos que dizia “É bom viver aqui”.