André Teixeira
André Teixeira
O “Natal da Camacha” é já um marco nas festividades madeirenses. Que o Natal é vivo de forma diferente do resto do país, já todos nós sabemos. As Missas do Parto são um bom exemplo disso, sendo já uma tradição secular que remota ao século XVIII.
Além de tudo isto, o ponto alto desta altura é, sem sombra de dúvida, a noite do dia 24 para 25. É quando se festeja o “aniversariante”. Aliás, não fosse o Seu nascimento e nada disto faria sentido. Após a celebração da Eucaristia, as Romagens de pastores trazem um sentimento de carinho e hospitalidade, fazendo do Largo da Achada um espaço de sintonia perfeita, que culmina na partilha entre familiares, amigos, conhecidos, ou até aqueles que conhecemos de vista apenas, da animação e alegria que trazem no coração.
Agora, Natal que é Natal, é na Camacha. Sou um tanto ou quanto suspeito para ser o autor desta afirmação, mas a verdade é que de ano para ano, na minha tenra idade, se vem notado que gentes de toda a ilha, faz questão de subir até ao frio da Camacha para viver este dia.
Mas madeirense que é madeirense, celebra no antes, no durante, e no depois, de cada momento especial.
Na Camacha não é exceção, com as principais instituições da Freguesia a lançar várias iniciativas que visam embelezar esta festa.
Começou-se com a Bênção do Presépio na semana passada, a juntar um espetáculo musical e teatral na Casa do Povo da Camacha. Já este domingo, a grande novidade é a Chegada do Pai Natal, numa proposta diferente da Junta de Freguesia local, a juntar o espírito do homem das barbas à alegria das crianças.
As razões para subir até cá a cima e aquecer com o cacau ou a tradicional poncha, não são suficientes? Não há problema! No sítio do Rochão pelas 05H30 do dia 22, há Alvorada, numa romagem que percorre aquele sítio, bem juntinho às nuvens, no topo da Freguesia, com a animação a cargo do Grupo de Folclore do Rochão.
Mas o Natal é feito também de partilha… O Quebra Jejum na Casa do Povo da Camacha, após a Missa do Parto, vem celebrar isto mesmo, num sentimento de festa e amizade entre todos. A tradição da época traz também o Auto de Natal, a celebrar o momento chave do Natal, encenando o nascimento do Aniversariante.
O presépio, que é o retrato vivo daquilo que se celebra, é a chave para no dia 29 sairmos da Camacha e fazer a Visita aos Presépios ao redor da Ilha.
Motivos suficientes? Não?
Várias iniciativas de concursos de Natal estão, também, patentes, pois não fosse esta a terra das gentes criativas, inovadoras e o tipo de pessoas que metem mãos à obra sem pensar 2 vezes. “Concurso de Postais de Natal”, “Concurso de Presépios”, “Workshop de arte floral”, etc., etc., etc….
Olhar o cartaz desta efemeridade é sinónimo de sorriso de orelha a orelha, e de deixar com orgulho tremendo poder fazer parte desta União entre todos, pelo bem da NOSSA Camacha.
P.S: A não esquecer, já em 2020, o XVIII Grande Prémio dos Reis a percorrer as ruas da nossa Freguesia durante o dia, e o Cantar dos Reis, ao terminar do mesmo.
Ainda não convenci? Já há muito me ensinaram: “Há coisas que não se explicam. Sentem-se.”
Mais informações: https://bit.ly/Natal_da_Camacha