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A mercearia do meu pai

27 Janeiro, 2021 às 9:27

Numa das idas à minha terra natal (a Ponta do Pargo) decidi vasculhar a casa dos meus pais, onde temos guardadas muitas coisas antigas. O meu pai era merceeiro e tinha uma mercearia tradicional, mais conhecida por “venda”, daí que tenha deixado uma variedade de utensílios e objectos utilizados na mercearia, como: balanças, pesos e medidas, vidros bojudos de doces( dos quais ainda conservo um), livros de contas, livros dos fiados, jornais antigos, entre outras peças. Imaginem que no meio dos jornais antigos encontrei um Diário de Notícias de 1970 cuja edição noticiava em primeira página, a morte de Salazar.

Encontrei ainda uma placa de correspondente de um banco (era habitual as mercearias serem correspondentes dos bancos, ali entregavam os seus valores e os merceeiros quando vinham à Calheta ou ao Funchal depositavam no banco numa relação de confiança), uma saca de serapilheira com o logo da casa Winton, onde era adquirido o açúcar avulso.

Sinto uma doce nostalgia ao olhar cada objecto e recordar o meu pai na sua tradicional “venda “(que hoje já não existe) onde podíamos encontrar um pouco de tudo, desde o “fiel amigo”(bacalhau salgado), as sardinhas enlatadas, pregos, cereais para semear, passando pelo açúcar, a massa e o sal a granel que estavam dentro de coxos de madeira e cimento, os quais eram vendidos às gramas ou aos quilos. Junto a estes estavam as sacas de serapilheira com legumes secos vendidos a granel, como o feijão, as favas e o grão-de-bico.

As padarias na época faziam um saboroso pão grande que era vendido inteiro, em metades ou aos quartos. E neste regresso à infância…sinto um festim de odores de épocas especificas do ano: do cacau no Natal (o cacau vinha numa lata alta vermelha e branca) e do aroma inconfundível das especiarias para os bolos da festa. E na Páscoa o sabor das amêndoas avulso da Fábrica Santo António; outra imagem que também recordo é da caixa da bolacha torrada da mesma fábrica – as bolachas eram uma delícia! Como é sabido, estas antigas mercearias vendiam quase de tudo, deste modo, além dos produtos alimentares, vendia-se outros produtos como o álcool e o petróleo para os candeeiros e do sabão branco e azul e o sabão “Clarim” que deixavam no ar uma mistura de odores.

Na parte da tasca, onde pairava o cheiro a aguardente ainda oiço o tocar do telefone (muitas vezes fui chamar pessoas para virem atender chamadas da Venezuela e África do Sul – isto numa época em que praticamente só as “vendas” tinham telefone). Como era habitual numa mercearia tradicional esta tinha dois espaços distintos: a mercearia propriamente dita(mais frequentada pelas mulheres) e a taberna(bar), espaço que era mais frequentado pelos homens. Com o surgimento dos supermercados, as mercearias praticamente desapareceram.

Na Ponta do Pargo, na minha zona existiam cinco mercearias…hoje apenas subsiste uma nos moldes tradicionais…! Eram outros tempos…tempos em que os meus pais estavam comigo, tempos das brincadeiras e das amizades de infância…! Tempos felizes passados na terra que me viu nascer os quais recordo num género de roteiro saudosista de um tempo em que fui feliz!

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