• S. António da Serra (S. Cruz)
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
Meu rico Santo António… da Serra!
29 Junho, 2018
Os filhos de sua mãe
25 Julho, 2018

A nossa casa

8 Julho, 2018 às 14:43

Mara de Sousa Freitas

– Bom dia Sol! – Adeus Lua!

– Cantou e sorriu, alegremente, a menina da minha aldeia, ao acordar.

Os dias, lá no alto da minha aldeia, começam tímidos, inseguros, instáveis, quase fazendo acreditar que serão apenas isso, mais um dia. Os sábios da nossa aldeia, que permanecem na nossa casa, ensinaram-nos que o tempo é sábio e o único capaz de verdadeiras revelações. É preciso saber esperar, escutar, sentir, apreciar com serenidade, humildade e amor. É preciso demorar-se para poder habitar a nossa casa.

Na nossa aldeia, os anos habituaram-nos a receber a neblina matinal com um sorriso envergonhado, um olhar curioso e um sentimento singular de grandeza [afinal a nossa aldeia é tão grande]. O véu branco, que cobre o rosto belo da nossa aldeia, esconde a surpresa, o espanto da luz que se adivinha. A brisa sopra fresca e húmida – parece entranhar-se nos corpos -, suave e delicada e faz deslizar o véu branco sobre o seu rosto, descobrindo o sublime espetáculo desta Serra com vista para o mar, para a ilha que existe em si e para a Terra que de si deixa descortinar. A nossa casa é tão misteriosa.

E, lá está! O Sol, o mar, o horizonte, a certeza que o manto da noite e o véu matinal são apenas o refúgio do simplesmente belo. Cada raio parece procurar colorir e aquecer os recantos mais sombrios, enevoados, frios. Abraçam e envolvem as nuvens, mesmo as que teimam em manter-se cinzentas, veem-se, paulatinamente, transformar numa prata reluzente, que também ilumina.

A minha aldeia invade a nossa casa e enfrenta-a por esta janela, ora aberta, ora semiaberta, ora fechada e a menina estará, sempre, à janela, da nossa casa.

O ouro sobre o azul acabam por pintar a tela, que se avista da janela da nossa aldeia, da nossa casa, aquele lugar eterno – já vos tinha contado este segredo – onde está o nosso coração. Sim, a janela da nossa casa, esse espaço fascinante e secreto, que expõe, fragiliza e constrói. Esse lugar misterioso, por onde a menina que vive na minha aldeia espreita, diariamente; se demora a olhar para a lua; procura as estrelas; contempla o mundo; olha o infinito no horizonte e recebe deste a viagem para os seus sonhos.

A minha aldeia invade a nossa casa e enfrenta-a por esta janela, ora aberta, ora semiaberta, ora fechada e a menina estará, sempre, à janela, da nossa casa.

É tão bom estar na nossa casa, diante da nossa aldeia, dos nossos sonhos, dos medos, estar connosco e diante deste mundo maravilhoso, que, permanentemente, nos desafia e constrange. É tão bom habitar a nossa casa e nela (re) visitar-se a cada instante. É tão bom! – Segredou a menina da minha aldeia, à janela da nossa casa, contemplando os verdes campos, sentindo a brisa suave no seu rosto, escutando os pinheiros a dançar ao som do vento e deixando que cada raio de Sol aquecesse a sua alma.

Share

Publicações relacionadas

3 Outubro, 2020

Linhas


Ler mais
23 Julho, 2020

Tempos de (Re)descoberta e História: cada um de nós em cada outro


Ler mais
6 Julho, 2020

O sonho comanda a vida


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Grupo de Folclore da Casa do Povo de Gaula em intercâmbio na Azambuja
  • Junta investe em habitação, agricultura e requalificação de trilhos
  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.