Ricardo Catanho
Ricardo Catanho
O chamado fenómeno do Alojamento Local (AL) não é exclusivo de São Vicente, nem da Madeira, nem mesmo de Portugal, este fenómeno é uma nova tendência a nível global e nós nesta ilha do Atlântico Sul temos sabido aproveitar esta tendência.
Entre 2104 até agora podemos constatar um crescimento de 786% perfazendo um total de 3082 unidades, segundo registos do RNAL (Registo Nacional de Alojamento Local) representando 28% das camas disponíveis na Região. Em São Vicente não tem sido diferente e este crescimento tem sido efetivo, se não vejamos, por exemplo até 31 de janeiro de 2018 estavam registados 71 unidades e neste momento dá conta de 94 unidades registadas legalmente.
Uma das questões que é legítimo colocar, é se será esta uma bolha especulativa temporária ou será este um produto consolidado?
Segundo os números da vice-presidência do governo, as taxas médias de ocupação são de 65%, como temos verificado a oferta do AL tem crescido a olhos vistos, mas por outro lado o número de entradas de turistas na Região tem diminuído e aqui pode surgir um problema que é o excesso de oferta em relação á procura podendo provocar um efeito de “dumping”…
Será aqui que as autoridades governativas têm responsabilidades, responsabilidades estas numa perspetiva proativa e não castradora de novos investimentos criando leis para dificultar o aparecimento de novos projetos, o caminho estará na promoção do destino e na valorização deste setor.
Concentremo-nos na freguesia de São Vicente ou mesmo em todo o Concelho, qual é a posição das autoridades locais perante esta atividade económica? Eu não me canso de salientar que a promoção e divulgação do nosso concelho tem sido nula ou praticamente inexistente, já que o turismo não é uma prioridade para este executivo Municipal, são factos!
Não basta simplesmente fazer um vídeo promocional (que por acaso só está em português), ou posto de turismo ou aquisições de solares, bem como um comboio que se pensa que o turismo irá crescer em São vicente, isso é apenas para consumo interno, não podemos esperar que turismo chegue até nós temos que ser pró-ativos e a promoção para o exterior tem que ser muito mais imaginativa e acompanhar as tendências previstas pela OMT (Organização Mundial de Turismo).
Não podemos perder mais esta oportunidade de dinamização económica da nossa freguesia bem como do nosso concelho, este nicho de mercado é a todos os níveis fundamental, desde o grande contributo para a reabilitação urbana impulsionando o sector da construção, aumento nas transações de imoveis para o efeito, sem descorar que a riqueza advinda deste sector seja ela distribuída de forma mais equitativa pela população da nossa freguesia, proporcionando um rendimento extra a muitas famílias, incumbe á Câmara Municipal estar atenta a este dinamizador económico do concelho, olhando com responsabilidade e criatividade para que este fenómeno não seja apenas mais uma bolha especulativa.
Este magnífico vale de São Vicente só por si se vende no entanto para vende-lo é preciso a promoção correta nos lugares certos.
Este que já é um sector bem implementado em São Vicente, com grandes margens de crescimento que não se pode esgotar por um numero de unidades registadas, este crescimento tem que ser sustentado e com qualidade, esse passo tem sido dado pelos investidores privados, falta agora só as entidades locais competentes acompanharem também esta nova tendência.