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Aqui escreveu Ferreira de Castro
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Ao Funchal a pé

30 Junho, 2018 às 7:39
ana luisa freitas

Ana Luísa Freitas

Santana, hoje cidade e sede de concelho, é uma das zonas de turismo rural mais emblemáticas no panorama regional e nacional.

Recentemente, foi considerada e incluída pela momondo -motor de busca de viagens e hotéis – no Top 10, como local deslumbrante para descansar e repor energias. Considera-se relevante a diversidade de valores naturais, paisagísticos e culturais e o encanto dos percursos pedestres nesta reserva mundial da biosfera (UNESCO).

As casas triangulares cobertas a colmo, onde vivia quase toda a gente acabaram por resultar num cartaz de excelência para esta região.  Ferreira de Castro, descreveu  na «Eternidade», uma excursão a Santana, freguesia que nas primeiras décadas do século XX, apenas era servida por estrada de automóvel até o Cedro Gordo, e onde para prosseguir a viagem, os viajantes eram esperados por um carro regional «puxado por muares, coberto por toldo de oleado e firmado o assento e seu encosto de vimes, sobre dois travessões ensebados»; conduzido com perícia por dois boieiros  e  ajuda de um cão e de um candeeiro.

Todo o caminho penoso, «ora subindo, ora descendo serras e colinas, que parecia terem nascido umas das outras…». O declive dos despenhadeiros oferecia perigo e vertigens; embora «os condutores corressem para a banda onde a ladeira não tinha defesa própria e, fincando na caranguejola ombros e mãos, amparavam-na, para que na volta apertada não se desequilibrasse e fosse malhar lá em baixo». Assim, chegavam a Santana, ladeada de buxo e de hortênsias. Havia também uma ou outra casa de pedra caiada de branco. Todas exibiam, flores de cores e espécies diversas, em jardins ou dentro de latas enferrujadas, panelas velhas e caixotes.

Ferreira de Castro comentou que o aproveitamento turístico ainda era incipiente, pois apesar de tantas belezas naturais, eram grandes as dificuldades de acesso, «pois só se chegava ao centro da ilha, a cavalo ou em carripanas de arrasto, que mulas ou bois puxavam ao longo de acidentados caminhos. Também era de uso a rede, enfiada numa vara, transportada por homens humildes e ofegantes naquelas serras e vales.

O transporte de carga para as mercearias locais fazia-se por mar, até S. Jorge, e, quando as condições permitiam as pessoas também podiam optar por esta ligação marítima.

Nos últimos vinte anos, a construção de vias rápidas, vias expresso, túneis que rasgam maciços rochosos, encurtaram distancias e permitiram um desenvolvimento maior e um melhor nível de vida da população madeirense.

Se hoje, a ligação entre Santana e o Funchal, se faz em trinta minutos, nos anos noventa fazia-se numa hora e se fosse num transporte público, aproximadamente duas horas –  uma viagem com percurso pelo Ribeiro frio e Poiso.  Os estudantes do ensino secundário,  na década de 80 faziam estas viagens  de autocarro, em todos os fins de semana que iam a casa, e muitos até  diariamente.

Há sessenta dois anos, quando o meu pai chegou a Santana, onde investiu e criou a sua área comercial – relojoaria e ourivesaria- além do seu carro particular havia apenas três viaturas! Também por isso, sentiu que podia colaborar e lucrar com  alguns serviços de táxi.

Antes disso era mais difícil e moroso chegar até aqui…ainda nos anos 40, fazia-se a pé. Demorava-se seis horas até chegar ao Funchal. No percurso passava-se na Cova da Roda, Lombo Galego, Cruzinhas, Achada de Cedro Gordo, Ribeiro Frio, Poiso, Ribeira das Cales, Terreiro da Luta e Funchal.  As famílias e os senhores mais abastados  eram transportados de rede. O mesmo acontecia com os doentes que iam para o Hospital.

Algumas das pessoas mais antigas que conheço em Santana, incluídas numa faixa etária dos 80-90 anos, chegaram a fazer este percurso a pé. João Gouveia, octogenário, é um senhor muito ativo, reconhecido pelos seus dotes musicais, vocais e de criatividade no Xaramba , quando tinha 6 anos, sofreu um acidente no caminho real do calhau de S. Jorge,  recorda-se que foi de rede para o Hospital do Monte  e voltou para casa às costas do pai. Nessa altura (1943) estava em  construção a estrada regional do Faial.

O transporte de carga para as mercearias locais fazia-se por mar, até S. Jorge, e, quando as condições permitiam as pessoas também podiam optar por esta ligação marítima.

Hoje, os caminhos reais são procurados pelos turistas e pelos amantes de pedestrianismo. Tudo está mais facilitado, as pontes, os túneis, as estradas asfaltadas, as vias rápidas quebraram as distâncias e aproximaram as populações.

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