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As cerejas estão em festa

14 Junho, 2018 às 16:56
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Sónia Gonçalves

Neste fim de semana, realiza-se no Jardim da Serra o maior cartaz turístico da freguesia: a Festa das Cerejas.

Os festejos iniciam-se na sexta dia 15 e atingem o seu ponto alto com o cortejo etnográfico (no domingo dia 17, às 15h00), que de ano para ano ganha novos contornos, embora no essencial a tradição se mantenha. Os cestos de vime cheios do fruto suculento, a charola (cereja figurante), a ‘rainha’, o carro alegórico e a torta gigante são já elementos imprescindíveis.

Este ano, a renovada equipa que lidera a Casa do Povo anuncia um evento diversificado, apostando numa animação com artistas regionais jovens, mas conceituados: Miro Freitas, Pedro Garcia e João Quintino (artista natural da freguesia).

Guardo memórias estupendas sobre o que significava esta festa para os residentes! Ainda hoje, para muitos, este evento tem um significado muito especial.

Ir à Festa das Cerejas era algo imperdível. Era uma oportunidade para conviver com os amigos e poder chegar um pouco mais tarde a casa. Quando comecei a assistir às festividades, esta realizava-se noutro local, na Pereira, pelo que o palco era montado perto da casa dos meus pais. O conjunto musical – os Galáxia ou os Antonianos – começava a entoar músicas num tom estrondoso na tarde de sábado, abrindo o ‘baile da paróquia’, e a odisseia repetia-se no início da tarde de domingo. As atuações de palhaços e os mariachis eram uma presença obrigatória…

Lembro-me particularmente de, como a festividade coincidia normalmente com a altura dos testes, não conseguir estudar. Ainda assim, quase sempre insistia no estudo, mas acabava desistindo e descia até à festa antes da hora programada… «Então não ias estudar?». A pergunta jocosa irritava-me, mas ao mesmo tempo dava-me vontade de rir, por reconhecer a estupidez da minha persistência um pouco absurda, atendendo ao barulho.

O domingo, dia do cortejo, era uma oportunidade para vestir roupa nova. Alguns trocos ganhos na apanha da cereja permitiam às pessoas dar-se a esse “luxo”.

O domingo, dia do cortejo, era uma oportunidade para vestir roupa nova. Alguns trocos ganhos na apanha da cereja permitiam às pessoas dar-se a esse “luxo”. Algumas tinham um conjunto completo: roupa, sapatos e acessórios. Denominava-se de “andanha”, um termo inexistente no dicionário, mas que se utilizava com frequência. Ainda hoje, algumas pessoas o empregam: uma “andanha nova”.

Experienciei mais do que uma vez a participação, como figurante, no cortejo alegórico. Vestia um traje tradicional. Ia de campesina e levava um cesto de vimes com cerejas. Todo o processo era tão divertido que, acompanhada das amigas, não sentia o tempo passar. Gargalhadas e diversão não faltava!

Mantenho muitas das amizades que fiz nesses bons tempos e é com satisfação que viajo nestas memórias, com a certeza de que todas estas vivências me tornaram uma pessoa diferente.

No Jardim da Serra, para além de participar nas atividades da Casa do Povo, como estas e as do Carnaval, entre outras, também fiz parte de um grupo de jovens do movimento juvenil Juventude Mariana Vicentina. Experiências importantes nos primeiros passos da aprendizagem de como estar em sociedade, convivendo respeitosamente com as diferentes perspetivas e opiniões dos outros.

Mas, voltando à festa, é louvável que o cortejo resulte essencialmente do voluntariado e da boa vontade dos locais, que se empenham durante semanas na organização. Sai sempre da casa de um dos residentes, que oferece a sua garagem para o efeito. Mesmo que a azáfama torne o espaço num pandemónio, o orgulho e a satisfação de poder contribuir para que o evento seja um sucesso valem a pena!

Não é à toa que o cortejo é o ex-libris. A charola é feita com minúcia, as roupas antigas são escolhidas com rigor. Doadas ou feitas de propósito para o efeito, pretendem recriar o ambiente tradicional da apanha das cerejas, com uma excelente recriação das campesinas e dos camponeses.  A rainha é escolhida a dedo e o carro alegórico decorado com folhas de cerejeira e cerejas, o que dá ainda mais vivacidade ao certâmen.

Por ser já um cartaz turístico regional, essencialmente devido ao seu caráter diferenciador, considero que vale a pena visitar os diferentes expositores, comer uma fatia de tarde de cereja, ver o cortejo e, de seguida, assistir à animação musical, desfrutando de paisagens singulares e de uma envolvência verdadeiramente cativante.

A oportunidade serve também para comer cerejas fresquinhas e deliciar-se com iguarias típicas locais, com produtos feitos à base de cereja e ginja, como licores, aguardente, compotas, bolos, etc.

Vale mesmo a pena. Porque as cerejas estão em festa!

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