A presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol nega que exista qualquer acto de retaliação do município para com as associações ou juntas de freguesia do concelho cuja cor política seja diferente do seu executivo. “Nada disso”, reage a socialista. No entanto não é a opinião que alguns dirigentes do concelho têm de Célia Pessegueiro justamente pelo facto de continuarem à espera do dinheiro que, a semelhança de outros anos, a esta altura, já estava nas contas das respectivas entidades.
A autarca explica que a haver atrasos os mesmos se devem ao envio tardio das respectivas documentações que as instituições Culturais, Recreativas, Desportivas e Sociais ou ainda às três Juntas de Freguesia do concelho, estão obrigadas. Mas, uma vez mais, do outro lado a resposta é que a edil não estará a facilitar impondo critérios mais rígidos do que os executivos do social-democrata, Rui Marques, colocavam.
“Só estamos a cumprir aquilo que a legislação obriga. Nem mais nem menos”, garante a presidente que recorda que algumas instituições já receberam, porque, sublinha, foram mais céleres: “É perguntar, por exemplo, se a Casa do Povo da Ponta do Sol já recebeu? É perguntar se a Associação Desportiva já recebeu? É perguntar também ao Clube de Ténis?”. Perguntas que a própria Célia Pessegueiro responde porque diz recordar-se ter assinado as respectivas autorizações de pagamento a estas três entidades.
De qualquer modo, admite que, para não travar a actividade das agremiações, os serviços estão a agilizar procedimentos, no entanto uma parte destas entidades continua à espera que a subvenção aplicada pela Câmara Municipal da Ponta do Sol tenha outro andamento.
Um dos dirigentes, que solicitou reserva de identidade, relatou ao DIÁRIO que a gestão está no limite e que não tem qualquer indicação da autarquia para poder receber os valores que estão protocolizados pedindo que contactemos outra congénere para verificarmos se aquilo que transmitira não estará a acontecer com outras.
E a resposta que sai do outro lado da linha é que o protocolo entre o município e a sua instituição “está rubricado há mais de um mês, mas dinheiro que é bom… nada”.
Perante as dificuldades estes dirigentes frisam que a actividade das instituições que lideram está empatada porque não vão avançar com iniciativas sob pena de estarem a realizar despesa correndo risco de responsabilidades adicionais.
Meio milhão euros
A Câmara anualmente despende cerca de meio milhão de euros para as várias associações, incluindo a Associação de Bombeiros que leva a maior fatia, logo atrás o Associação Pontassolense e a Junta da Ponta do Sol.
Desta vez o município da Ponta do Sol optou por não realizar a habitual cerimónia de assinatura de protocolos com as associações e com as Juntas de Freguesia justamente por conhecer que existiram atrasos.