• Curral das Freiras
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
Hoje é o primeiro dia dum novo recomeço
7 Setembro, 2018
Repisa, repisa… na “capital” da Castanha
19 Outubro, 2018

A caneta pela foice

3 Outubro, 2018 às 9:36
Isabel Cristina Camacho

Isabel Cristina Camacho

Outubro já começara e iam aparecendo as primeiras chuvas. A barra da serra, tinha crescido e as folhas da vinha, “abicadas” pelo vento formavam um tapete de cores harmoniosas, nos terreiros, de calçada desordenada, que a minha mãe ia varrendo com uma vassoura de urze seca. Era o tempo dos peros e maçãs maduras, do aroma da erva seca e da terra molhada.

A escola estava prestes a começar e a minha mãe tinha ido à cidade no “horário” da manhã para comprar cadernos,  sapatilhas e meias daquelas de raquetes para os meus irmãos que  já sofriam por antecipação o regresso às “enfadonhas”  aulas.

Eu, já não voltaria à escola!

Tinha 12 anos, havia completado o 2º ano da Telescola, (atual 6º ano), na escola do Centro do Curral das Freiras, com excelentes notas, diga-se,  e não havia possibilidade de prosseguir os estudos .

Um golpe na vida de uma adolescente que gostava de aprender, até a professora Luísa que acumulava as disciplinas de matemática, ciências e educação física, escreveu uma carta a tentar persuadir o meu pai a deixar-me continuar na escola. No lugar dos meus pais e naquela época, talvez tivesse tomado a mesma decisão!

Uma pequena  de 12 anos, que teria de sair de casa antes das 06:00h, noite cerrada, caminhar por veredas e caminhos durante uma hora para apanhar o autocarro no centro da freguesia e tendo a agravante de nenhum dos miúdos da minha idade, da zona onde morava, (Pico Furão) terem sequer concluído o 2.º ciclo. Portanto faria este tortuoso percurso, só.

Uma angústia invadira os meus dias e naquela altura era difícil aceitar o facto de não ir estudar no Funchal. Imaginava-me no Liceu, (que eu nem sequer conhecia na altura), a aprender coisas importantes e a atravessar a cidade com os livros no braço, como eu vira as raparigas dessa época, numa das raríssimas vezes em que me deslocara ao Funchal, o que aliás era um tormento, porque a viagem pela estrada, outrora sinuosa, implicava um enjoo terrível, que me fazia chegar à maravilhosa capital, quase à “beira da morte”.

Hoje a vida, graças a Deus, nada tem a ver com esse tempo. Vejo com uma especial felicidade e como um concretizar de um sonho, o meu filho, que agora iniciou a frequência do ensino secundário no Funchal!

Lembro-me da desilusão que sentia e o desejo de que os cadernos dos meus irmãos fossem para mim e que tudo fosse diferente, que morasse noutro qualquer lugar, mais perto de tudo.

Era tempo de juntar as primeiras castanhas, que os “castanheiros do cedo começavam a deitar” e assim, trocávamos a caneta pela foice e uma saca de sarapilheira e a vida continuava, deste modo, para a grande  maioria dos jovens desta terra.

Hoje a vida, graças a Deus, nada tem a ver com esse tempo. Vejo com uma especial felicidade e como um concretizar de um sonho, o meu filho, que agora iniciou a frequência do ensino secundário no Funchal!

Apanha o autocarro quase à porta de casa, agora até a casa dos meus pais, onde vivi, é servida por uma estrada. (Que as tão mal afamadas políticas do alcatrão também nos trouxeram muitos benefícios, incompreensíveis para quem sempre os teve)

Ainda que tenhamos de desembolsar 88,00€ mensais para o passe, a meu ver, um valor exagerado, é com muita alegria que o vejo a cada manhã, partir,  rumo aos seus sonhos.

Existem, ainda, algumas lacunas em termos de acessibilidades, mas, em geral, nenhum jovem está sujeito a abandonar a escola por este motivo.

Que eles saibam valorizar o que têm. Nasceram em melhores tempos, sintam-se privilegiados e aproveitem, construam o futuro deles e o da terra onde nasceram. Sobretudo, não tenham limites para sonhar!

Share

Publicações relacionadas

25 Outubro, 2022

O castanheiro e os seus desafios do futuro


Ler mais
11 Março, 2021

Parabéns Curral das Freiras!


Ler mais
24 Dezembro, 2020

Este Natal


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Junta investe em habitação, agricultura e requalificação de trilhos
  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
  • ADN denuncia “estado vergonhoso” da limpeza e manutenção das áreas públicas no Caniço
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.