“No livro ‘Castanea – uma dádiva dos deuses’ de 2006, o Dr. Jorge Joaquim Lage recorda que nos tempos ancestrais o Castanheiro era apelidado de ‘árvore do pão das serras’, por ser um alimento básico para o homem serrano e era responsável, em determinadas áreas geográficas, por haver uma maior densidade populacional, dada a generosidade dos seus frutos na alimentação das populações”, começa por recordar num texto o presidente da Casa do Povo do Curral das Freiras que irá distribuir novas plantas que, espera-se, se tornem futuros castanheiros aos agricultores da freguesia.
Lembrando que “na freguesia do Curral das Freiras, os Castanheiros sempre tiveram grande importância e relevo para a população, sendo por isso muito valorizados, havendo uma grande envolvência dos agricultores no cultivo e apanha da castanha, desde os tempos mais antigos”, Eugénio Vasconcelos salienta que “a importância dos castanheiros no Curral das Freiras, não se cinge apenas à produção de castanha, mas também o impacto paisagístico que deslumbra todos que visitam a freguesia, sendo uma grande atração turística, bem como, e não menos importante, salientamos o impacto da arborização para proteção do solo, sobretudo após os incêndios que fustigaram a freguesia no interior da ilha”.
Desse modo, ciente que “os castanheiros são património do Curral das Freiras e a Castanha, por sua vez, é de facto um fruto que representa a tradição e a identidade da freguesia, sendo por isso, considerada a ‘capital da Castanha’, enchendo de orgulho os fregueses e a Instituição, que muito se tem empenhado na divulgação do fruto e enaltecendo o importante trabalho dos agricultores no fomento e cultivo”, a Casa do Povo avança com esta iniciativa de louvar.
“Com o intuito de preservar esta tradição e incentivar o cultivo local, a Casa do Povo do Curral das Freiras, na sequência da realização da 40.ª edição da Festa da Castanha, adquiriu recentemente castanheiros, em viveiro certificado e com dois anos de crescimento, para oferecer aos agricultores locais, não só para incentivar ao aumento da mancha de cultivo, mas também para apoiar diretamente os agricultores que, pelas questões climáticas sentidas e pelo flagelo dos incêndios, foram muito afetados na produção”, salienta a nota.
“É fundamental repor os castanheiros que foram arrasados, da forma mais célere possível, tendo em conta que, estas árvores, têm o seu tempo de crescimento e demoram a frutificar, para assim dar o rendimento merecido aos produtores que ainda se dedicam a esta cultura milenar”, salienta o presidente da Casa do Povo do Curral das Freiras, Eugénio Vasconcelos, que também salienta que “é necessário dar um apoio para as perdas sentidas este ano, mas também, refere ser crucial criar um incentivo à produção, tendo em conta que são cada vez menos os resistentes produtores deste fruto, não esquecendo que na sua maioria possuem idade avançada”.
É, por isso, nesta “óptica de fomento e destaque da Castanha que a Instituição, ano após ano, tem-se empenhado em tornar a Festa da Castanha num dos maiores eventos regionais”, recorda.
A Festa da Castanha decorre entre 31 de Outubro e 1 de Dezembro, este ano na quinta-feira e na sexta-feira da próxima semana.