É já este domingo que o Chão da Ribeira parece ser pequeno para receber as gentes do Seixal e todos os forasteiros que fazem por cumprir a tradição do panelo, uma verdadeira festa que conta perto de 70 anos e cuja essência está associada às lides da terra.
Era, pois, com o que havia sobrado do Natal que as famílias que tinham terrenos no Chão da Ribeira se juntavam naquele vale encantado para um tradicional cozido à portuguesa. À carne salgada juntavam couves, batata doce e semilhas e estava preparado o convívio familiar, no fim-de-semana que sucede a Festa de Santo Antão.
Hoje, a tradição adaptou-se aos tempos modernos e os palheiros que serviam para guardar as alfaias agrícolas são agora verdadeiras ‘casas de campo’, algumas delas adaptadas a turismo rural/local, e servem de ponto de encontro para amigos e conhecidos, ganhando uma dimensão que vai muito além deste espaço, tomando ‘de assalto’ as áreas envolventes, sempre de cariz particular.
E é à volta da panela que a festa ganha forma. Não falta música e animação, aqui e ali, consoante o dom de cada um, numa espécie de romaria que leva uns a visitar os outros, enquanto a água da panela não ferve.