A Casa do Povo do Curral das Freiras lançou um serviço de animação ao domicílio em virtude da impossibilidade dos utentes frequentarem o centro de dia e centro de convívio em consequência da Pandemia Covid-19. A instituição evidenciou esforços para que as actividades gerontológicas não ficassem extintas. Mesmo perante restrições impostas, os idosos continuam a precisar de momentos de descontracção e de estímulos físicos, mentais e emocionais. Por esse motivo foi desenvolvido um serviço de animação ao domicílio de modo a promover actividades de animação e ocupação, adaptadas a cada utente.
Eugénio Vasconcelos, presidente da Casa do Povo do Curral das Freiras disse ao DIÁRIO que “é nossa intenção nesta valência, colmatar as necessidades apresentadas pelo público-alvo e atender aos seus interesses e expectativas, nomeadamente promover o equilíbrio psicossocial do idoso, de forma a minimizar os efeitos da quebra de rotinas, que por vezes provocam sentimentos de angústia e tornam esta população (idosos) emocionalmente mais frágil. É fundamental favorecer os sentimentos de segurança e auto-estima, incentivando a valorização pessoal e a autonomia”.
O dirigente adiantou que o projecto que decorre desde o inicio do mês de Março na freguesia do Curral das Freiras, e tem-se revelado uma mais-valia para os utentes. Desde então, uma animadora da instituição tem acompanhado semanalmente, cerca de 20 utentes com idades compreendidas entre os 63 anos e os 94 anos, desenvolvendo diversas actividades físicas e lúdicas, com o objectivo de mitigar a solidão e proporcionar momentos de convívio e alegria.
Eugénio Vasconcelos esclareceu que é nossa intenção poder alargar este apoio a um maior leque de pessoas, nomeadamente aos que se encontram acamados, que para além dos cuidados diários redobrados com o corpo, para evitar complicações associadas ao seu estado de limitação, necessitam de estímulos morais que trabalhem uma auto-estima já debilitada devido à impossibilidade de se locomoverem.
Uma pandemia sem fim à vista, provoca sentimentos de ansiedade, de apatia e desmotivação, podendo nos casos mais severos levar a retrocessos na capacidade de concentração e coordenação, sendo imperativo agir de uma forma activa e consciente, de forma a quebrar a inactividade física e anímica.
Quando uma ameaça invisível pode colocar em risco a saúde dos nossos idosos, é crucial fomentar momentos de expressão e de comunicação para facilitar a adaptação do idoso a esta nova realidade.