António Trindade
António Trindade
A freguesia da Ilha é a segunda freguesia mais nova da Madeira. Foi fundada em 1989 e é conhecida por ser um lugar pacato, seguro e bonito. Pese embora ser um local caracterizado pela emigração, é uma freguesia de referência da Madeira no que respeita ao seu desenvolvimento integral e sustentável.
Indiscutivelmente o ponto mais forte da Ilha são as suas gentes. Senão vejamos, foi um povo que nunca se rendeu à condição geográfica e que desde muito cedo foi exemplo de bravura, união e de ter objetivos comunitários bem vincados.
Foi o povo da Ilha que construiu com os seus próprios meios a sua igreja, o principal marco de afirmação enquanto localidade.
É um Povo de emigração, onde as pessoas originárias da Ilha são conhecidas pelas terras onde se sediaram como pessoas trabalhadoras e humildes, tendo como valor predominante o da honestidade.
Por sua vez é um povo sonhador, solidário, de paixão e com objetivos de vida bem definidos. Os seus jovens são o orgulho da sua terra e das suas famílias, até porque mesmo com as dificuldades característicos de um local isolado e com carências, que felizmente pertencem a outra Madeira, não relegou os seus propósitos. Hoje, felizmente, e como exemplo que evidência este salto é o facto de serem contadas pelos dedos o número de famílias nucleares que não têm um elemento licenciado.
Um povo de mérito, gente aguerrida, pessoas esforçadas que do Pico Ruivo, passando pelo Caldeirão Verde e além-mar não fica nem deixa ninguém indiferente.
De facto, por ser um território pequeno, as pessoas da Ilha são conhecidas como os “primos da Ilha”. Culturalmente há sempre um elo de ligação parental entre as pessoas. Seja quem for, em que tempo for ou onde for, entre os nossos pares, há sempre um grau parental que nos une. Ou são primos de 2º ou de 3º ou de 4º grau. Talvez, e apesar de ser uma questão cultural, possa ser um dos motivos que fortaleceu a união nos propósitos comuns e no progresso da Ilha ao longo da sua história. Caso para dizer que não são gente do acaso e como bem reza a sabedoria popular “este trigo é meu primo/ e o centeio é o meu parente/ não há festa nenhuma/ que este meu primo não entre”.
Muito mais haveria para dizer mas é nas pessoas, na gente como eu, que neste artigo inaugural no espaço freguesias.dnoticias.pt, escrevo em homenagem. Deixo aqui um pouco da minha terra de onde sou originário.
Sem nunca renegar às minhas origens a Ilha foi a terra que me viu nascer e crescer.
A Ilha é um dos meus orgulhos, a Ilha é a minha vida!