Alguns dias após a manifestação popular contra o alegado “mau funcionamento” da Farmácia do Santo, assunto acompanhado por este ‘Diário das Freguesias’, eis que os proprietários daquele estabelecimento, que haviam recusado prestar quaisquer declarações, nos fizeram chegar um manifesto onde deixam bem clara a sua opinião sobre este tema.
João Calaça, na qualidade de proprietário, diz que tudo não passou de uma encenação e acusa a Câmara Municipal de Santa Cruz (CMSC) e a Junta de Freguesia do Santo da Serra de terem providenciado um autocarro para assim “reunirem pessoas suficientes para aplaudirem os intuitos políticos e pessoais” dos seus presidentes, sendo que “mais de 90% dos presentes não é utente” da farmácia.
Falando em “insulto gratuito”, “manobra”, “machadada” e “discurso eleitoralista”, o proprietário insiste nas dificuldades financeiras, fruto da baixa facturação, conduzindo à insustentabilidade da farmácia, motivo principal para o pedido, em 2015, de mudança de local. E o autor do manifesto aproveita a oportunidade para questionar as vitórias nas diferentes instâncias judiciais que o presidente da CMSC terá referido no discurso proferido à população aquando da manifestação.
Rejeitando a ideia de que os actuais proprietários querem “abandonar” a freguesia, João Calaça pede seriedade e desafia o presidente a esclarecer a população do Santo, dando a conhecer as medidas propostas pela empresa para colmatar a transferência da farmácia, nomeadamente “manter em funcionamento as instalações actuais para a aquisição de alguns medicamentos” e assegurar “o serviço de entregas ao domicílio, sem custos adicionais, dos restantes medicamentos”, naquilo que defendem ser um melhor serviço para todos os utentes.
Perante a existência de “potenciais interessados”, o proprietário questiona se tais empresas pretenderão funcionar, como antigamente, apenas durante duas horas, “um ou dois dias por semana”, quando há consultas no Centro de Saúde, e caso assim seja, pede que a população seja devidamente elucidada.
Por fim, de forma a comprovar as dificuldades financeiras por que passa a farmácia, o proprietário refere que no dia seguinte à manifestação, no período habitual de funcionamento (entre as 10 horas e as 12h30), a Farmácia do Santo da Serra facturou apenas pouco mais de 16 euros.