Não houve eleição tal como estava agendado no cronograma escolar para o Conselho Executivo da Escola dos 1º, 2º e 3º Ciclos com Pré-Escolar Professor Francisco M.S. Barreto, na Fajã da Ovelha. O acto eleitoral deveria realizar-se no dia de ontem, mas por ausência de lista candidata, uma situação absolutamente previsível, uma vez que nenhum professor apresentou qualquer lista até ao fecho do prazo, conforme determina o regulamento, ou seja 48 horas antes (segunda-feira).
A ausência de interesse para desempenhar o exercício de funções na presidência e nos dois respectivos cargos de adjunto do Conselho Executivo ganha contornos inéditos, na medida em que nunca antes tal tinha acontecido.
O até agora presidente, Delfim Lourenço, tem vindo assegurar as funções desde a abertura, há 14 anos, do estabelecimento de ensino público, mas no Dia da Escola, há cerca de um mês, cerimónia em que o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, marcou presença, o docente anunciou a sua saída.
O cansaço e a entrada de novos elementos que apresentassem novos projectos para a unidade de ensino foram justificações que o professor de Educação Física manifestou no seu discurso.
Um repto que, segundo o ‘Diário das Freguesias’ apurou, não foi acolhido pelos colegas, em parte, pelo facto de os critérios exigidos no quadro normativo da eleição destes elementos serem demasiado apertados para o número de professores existentes. Outro detalhe não menos importante está relacionado com o suplemento remuneratório que o presidente e os adjuntos beneficiam por acumular funções.
A gestão da escola obriga aos elementos do Conselho Executivo a ter uma actividade constante com custos pecuniários significativos que daqui advêm, muito mais se a escola estiver sediada no meio rural cuja a distância implique percorrer muitos quilómetros para resolver determinados dossiers. De resto, as penalizações nos escalões do IRS é outro factor que ajuda a desincentivar o desejo de enveredar por um mandato de quatro anos em detrimento da via do ensino.
Ontem, ao ‘Diário das Freguesias’, Delfim Lourenço apenas confirmou ao nosso jornal a ausência de listas ao acto eleitoral, explicando alguns procedimentos que vão ter de ser desencadeados para que não exista um vazio directivo: “Nestes casos, sempre que não existam listas candidatas, cabe à escola informar à secretaria regional da Educação que não houve acto eleitoral que, por sua vez, nomeará, ao abrigo dos regulamentos em vigor, uma comissão” gestora por forma a dar seguimento à administração e gestão do estabelecimento, adiantou.
Apesar da realidade na Escola da Fajã da Ovelha ser nova, este panorama não é novo no sistema de ensino da Região. A Escola da Camacha passou por idêntica situação tal como a unidade de São Jorge.