Isabel Gouveia
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Remates de telhado…um grifo na casa da Ponta do Pargo
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Ponta do Pargo, minha terra de origem…situada no extremo Sudoeste da Madeira, assim denominada pelo facto de quando do reconhecimento da ilha, ali terem pescado um grande pargo.
Desta minha terra que praticamente deixei na minha adolescência, muitas memórias conservo…particularmente do Farol!
Por razões familiares, desde criança mantive uma relação de proximidade com o farol da Ponta do Pargo, muitas férias escolares e fins de semana foram ali passados…que belas memórias tenho desses tempos!!
Relembro que o primeiro local onde se viu televisão nesta freguesia foi precisamente no farol…as imagens da TV de Canárias e da RTP Açores e só mais tarde da RTPMadeira faziam as delícias de quem ali vivia…os faroleiros e as suas famílias.
Os dias passado no farol num convívio são e partilha de experiências com as crianças que ali viviam, fazem parte daquele período da nossa vida no qual “éramos felizes e não sabíamos” e do qual conservo gratas recordações.
(…) hoje quando lá regresso parece que ainda oiço o bater das portas quando brincávamos ás escondidas…relembro as imagens tremidas da TV e do Festival da Canção…
Numa época na qual a maior parte dos meus tempos livres eram dedicados à leitura…prática que desde muito cedo me foi incutida pelas minhas irmãs que eram professoras do Primeiro Ciclo. Fui uma das leitoras mais assíduas da carrinha da Biblioteca da Gulbenkian…lembro-me perfeitamente do Sr. Gabriel que era o responsável desta Biblioteca…os livros requisitados eram quase que “devorados” na semana em que os levantava.
Mas voltando ao farol…hoje quando lá regresso parece que ainda oiço o bater das portas quando brincávamos ás escondidas…relembro as imagens tremidas da TV e do Festival da Canção…e o sono descansado que dormia num silêncio quase absoluto daquela ponta considerada uma das oito mais belas paisagens costeiras de Portugal, segundo uma revista de viagens!
Ah! Não me poderia esquecer de referir que o farol foi inaugurado no dia 05 Junho de 1922 , a sua torre tem 14 metros de altura e 312 metros de altitude. Em 1999, dada a sua relevância cultural, foi classificado como Imóvel de Valor Local, através da Resolução nº95/99 da Presidência do Governo Regional,
Em 2001 foi criado um pequeno polo museológico no farol e de há uns a esta parte, o farol da Ponta do Pargo tem sido um dos faróis mais visitados do país…que orgulho!
