Marcelo Gouveia
Marcelo Gouveia
Renasceu no ano de 2006, mais concretamente no primeiro domingo do mês de agosto, a Festa da Alegria, no Montado da Esperança, na freguesia de São Roque.
Depois de “desativada” mais de duas dezenas de anos, esta festa tradicional veio para ficar, para regozijo dos sanroquinos e dos, cada vez mais, curiosos visitantes de outras paragens.
Local onde prontifica uma capela em ruinas, edificada em homenagem à Nossa Senhora da Esperança, reconhecida sobremaneira pelos arqueólogos e visitada pelos crentes.
Segundo reza a estória, um lugar onde se deu a experimentar a primeira espetada na região, sendo também um posto privilegiado para a colocação de uma bandeira para avisar aos navegantes a existência de terra.
Muito mais contos haveriam para contar, mas voltando à festa…
Nos dias de hoje, a festa, propriamente dita, “alargou-se” ao primeiro fim-de-semana de agosto, com o início a acontecer pelas 17h00 de sábado, com a animação musical, prolongando-se até o domingo, com a participação de muitos artistas locais.
Um dos pontos altos, é a cerimónia religiosa organizada na forma de «Missa Campal» que antecede um pomposo almoço oferecido pelas entidades locais, mais concretamente pela Junta de Freguesia e pela Casa do Povo de São Roque, a todos os presentes.
Incluído no programa de festividades, decorre uma Mostra de Plantas Aromáticas e Medicinais que leva à criação de um novo evento teórico-pedagógico, rico em conteúdo, ministrado por técnicos especializados e que é aberto a toda a população. Esta palestra tem lugar na quinta-feira antecedente, pelas 18h00. Este é o segundo ano de existência desta formação, depois de ter sido um sucesso no ano transato.
Esta mostra, permitiu criar no núcleo da festa, uma plantação das espécies que tem sido zelado pelos utentes deste espaço mágico e que rapidamente, se tornou uma curiosidade singular.
O verde da natureza, os pequenos riachos com água translúcida, provenientes das serras a norte da freguesia, projeta-nos para um paraíso natural sem igual. Algures deste anfiteatro, consegue-se vislumbrar a baia do Funchal, entre o arvoredo denso que nos afasta dos ruídos poluídos do quotidiano e nos leva para um silêncio cantarolado.
Falando de arvoredo, este ano meio debilitado e a se recompor, pois a intervenção nas montanhas de São Roque está a permitir criar um espaço mais seguro para toda a população do Funchal e em especial desta freguesia.
Consegue-se identificar algumas consequências do nefasto incêndio de agosto de 2016, mas estão a ser ultrapassados com a limpeza das áreas circundantes. Claro que esta operação de fundo e altamente necessária, terá de ser interrompida para a realização da efeméride, mas estará de volta logo de seguida.
É importante restabelecer o ecossistema que valorizava a Alegria, no entanto, sabemos que é com tempo que as coisas voltam a ser como eram antes. Já esteve mais longe o regresso à normalidade.
Chegando o Verão, todos ”competem” para ter o maior arraial, levando mares de gente de todos os pontos do arquipélago. Pois, abre-se uma porta para este arraial citadino, com potencial que tem e o enquadramento natural envolvente, poderá ser o parente mais próximo dessas megas festas, mas com a particularidade de estar tão perto.
Eu estarei presente e convido todos a fazerem o mesmo.