Foi na sala multiusos do Centro Cultural e Congressos do Porto Santo que teve lugar, ontem, uma palestra sobre a historia da saúde na ‘ilha dourada’. António José Rodrigues, investigador do Porto Santo, foi o orador, que traçou “uma retrospectiva do passado da saúde, ao encontro dos dias de hoje, nada comparável a outros tempos”.
Antigamente “os médicos não eram tratados como tal”, mas sim, como “curas”, disse o investigador. Além disso, os medicamentos eram “feitos com ervas naturais e medicinais da ilha, e ainda com alguns preparos, muito escaços, que vinham do Funchal”, salientou.
Sobretudo até ao 25 de Abril de 1974 o acesso aos medicamentos era muito limitado, sobretudo para as pessoas com maiores dificuldades. O investigador destacou, nesse contexto, o papel da Casa do Povo, que “ajudava e comparticipava com alguma coisa”. Depois da Revolução, a situação viria a melhorar significativamente, muito contribuindo as mudanças nos transportes.
Reconhecimento da importância do Porto Santo
Pedro Ramos, Secretário Regional da Saúde, que marcou presença nesta sessão, destacou o conjunto de iniciativas realizadas no âmbito das celebrações dos 600 anos da Madeira e do Porto Santo. O governante evidenciou as iniciativas na área da saúde, nomeadamente a ‘Expo Saúde e Protecção Civil’ ou a conferência sobre toxicodependência, que teve lugar na passada segunda-feira.
Pedro Ramos lembrou, ainda, que esta iniciativa “veio permitir a reunião de mais informação para o livro ‘Madeira mais Saúde’, que aborda a história da Saúde nos últimos 600 anos, com vários apontamentos, respeitantes a cada século, com talvez com mais pormenores a estes últimos 40 anos de autonomia, em que saúde teve uma dinâmica totalmente diferente”, destacou.
O papel de Nélio Mendonça
Foi ainda no decorrer da sua intervenção que Pedro Ramos recordou o papel fundamental do médico Nélio Mendonça, mentor do sistema regional de saúde, pelo que todas as iniciativas realizadas deverão ser entendidas como uma homenagem a esta figura ímpar, não deixando de evidenciar que “nos últimos anos há, de facto, uma evolução e uma dinâmica diferente no que respeita à prestação de cuidados de saúde à população do Porto Santo”.