A presidente da Junta de Freguesia do Monte voltou a mostrar-se “chocada” com o sentido de voto da Coligação Confiança, estrutura que apoia o executivo da Câmara Municipal do Funchal e que na última sessão de Assembleia Municipal votou contra a criação de um Fundo de Apoio às vítimas da tragédia do Monte, que a 15 de Agosto de 2017 causou 15 mortos e feriu 50 pessoas. A autarca fez questão de salientar esta sua posição ao ‘Diário das Freguesias’ à margem da apresentação do ‘XVII Circuito de Atletismo do Monte’, prova de atletismo que acontece no próximo domingo, nesta freguesia e que passa pelo malgrado Largo da Fonte.
Refira-se que o fundo em questão, aprovado com os votos favoráveis das restantes forças políticas, visa compensar financeiramente as vítimas ou os familiares, minimizando, de certo modo, todos os problemas resultantes desta situação, à margem do processo judicial que ainda decorre.
Ora, para a presidente da Junta do Monte, também ela deputada naquele órgão municipal, o voto contra a criação deste fundo “é o suporte que [os deputados da Coligação] arranjaram para legitimar o ‘lava mãos’ da responsabilidade e da posição do presidente da Câmara relativamente à queda da árvore”, disse a autarca.
A presidente fez questão de salientar que, do conhecimento que tem junto de algumas famílias afectadas, algumas das pessoas que faleceram eram o suporte financeiro e emocional das suas famílias. Além de estarem abaladas emocionalmente, “há pessoas com dificuldades económicas pelo facto de terem desaparecido os seus familiares naquele dia”, salienta.
Embora refira que o o dinheiro não compensa o desaparecimento inesperado de um ente querido, Idalina Silva mostra-se ainda mais crítica, pois “se há dinheiro para espetáculos, se há dinheiro para o entretenimento das pessoas, também deverá haver dinheiro para aqueles que ficaram seriamente prejudicados a nível financeiro devido à queda da árvore”, atira.