Ricardo Faria
Ricardo Faria
O ano letivo 2018/2019 está prestes a começar. Machico, a par da região e do país melhorou e muito, os níveis educacionais da sua população, desde o meio do século passado até aos dias de hoje. Segundo o portal PORDATA em 1960 no concelho de Machico haviam 13.188 pessoas sem escolaridade, sendo que em 2011 esse número baixou para os 2.508. Ou seja uma redução de 81% em meio século.
Para esta evolução muito contribuíram os investimentos efetuados na educação por parte do Governo Regional da Madeira, a partir de 1974, altura em que se regionalizou a educação.
No caso concreto da freguesia de Machico, os edifícios em pré-fabricados, como a Escola da Banda d`Além, a Escola da Graça e a própria Escola Secundária de Machico foram desativados dando lugar a edifícios modernos, próprios para um ensino de qualidade. O edifício da Escola EB1/PE Engº. Luís Santos Costa foi mesmo considerado na altura da sua inauguração a maior Escola do 1º Ciclo do País.
Para além destas foram construídas ainda as Escolas EB1/PE dos Maroços bem como como a EB1/PE da Ribeira Seca, agora funcionando como anexo da Escola EB1/PE Engº. Luis Santos Costa. A Creche “O Barquinho”, agora também anexo da Escola EB1/PE Engº. Luis Santos Costa também foi requalificada assim como a Bloco Sul da Escola Secundária de Machico. A juntar a estes edifícios foram construídos ainda a Piscina de Machico bem como o Campo Municipal Tristão Vaz. O Estádio de Machico, construído pela Associação Desportiva de Machico através de contrato programa com o Governo Regional da Madeira também veio apoiar e melhorar as condições da prática de educação física. Ficou a faltar a construção do novo Pavilhão de Machico, construção esta que se encontrava prevista fixar-se entre o Campo Municipal e o Estádio de Machico. Esperemos que não seja esquecido!
A freguesia apresenta-se assim com um conjunto de infraestruturas públicas capaz de dar resposta às exigências educacionais atuais. Em complemento ainda do setor público a freguesia apresenta o Infantário Rainha Santa Isabel, localizado na Santa Casa de Misericórdia de Machico e o Externato Quinta de Sant` Ana.
Contudo, a educação só é feita tendo alunos para educar. Como é do conhecimento de todos nós, o envelhecimento da população é um facto preocupante na União Europeia, onde as taxas de natalidade têm diminuído drasticamente na maioria dos seus países e onde a esperança média de vida tem aumentado consideravelmente. Portugal, a Madeira e Machico não são exceção.
O concelho de Machico, segundo dados da PORDATA, apresentou no ano letivo 2016/2017 um total de inscritos no ensino de 3.086 alunos, divididos entre 398 no pré-escolar, 789 no 1º. ciclo, 494 no 2º. ciclo, 849 no 3º. ciclo e 556 no secundário. No ano letivo 2010/2011 o número de inscritos foi de 4.071 alunos, ou seja, em menos de uma década o concelho já perdeu quase um milhar de alunos!
Esta situação é muito preocupante sobretudo porque a renovação de gerações começa a ser colocada em causa, devido à baixa taxa de natalidade, o que em termos de educação faz com que sejam necessárias tomar medidas por forma a assegurar um sistema de ensino eficiente e adaptado às necessidades atuais da população.
Se no final do século passado o maior problema do ensino era a falta de infraestruturas públicas, o problema do século XXI é a falta de alunos!
Assim as políticas públicas têm de ser capazes de alavancar ou no mínimo atenuar este grave problema. Os recursos públicos por mais que sejam necessários noutras áreas têm que ter como prioridade a educação. Investir na educação é investir numa sociedade melhor. Neste sentido todo e qualquer apoio social às famílias ao nível da educação é de louvar, de modo a criar melhores condições às mesmas, sejam eles através do Governo Regional, da Câmara Municipal ou da Junta de Freguesia.
O conjunto de dificuldades porque passam as famílias sobretudo ao nível económico têm reflexos claros nos orçamentos familiares, principalmente naquelas que têm filhos em idade escolar. Machico não pode desvalorizar esta questão sob pena de comprometer o futuro da sua própria freguesia e concelho.
São com estas dificuldades reais, mas também com esperança num futuro melhor que desejo a todos os alunos, professores, pessoal auxiliar e pais um bom ano escolar 2018/2019.