Domingo de Páscoa o Seixal reúne-se no Campo de Jogos da localidade para a primeira edição dos ‘Jogos Tradicionais do Seixal’. Numa organização da junta de freguesia local, esta iniciativa visa, acima de tudo, resgatar alguns dos jogos que no passado eram bastante comuns entre os mais novos, sobretudo neste período da Quaresma e da Páscoa.
Numa altura em que não existiam computadores, tablets ou telemóveis, as brincadeiras deviam muito à imaginação das crianças. Na maioria das situações os brinquedos ou artefactos utilizados nas brincadeiras eram construídos pelas próprias ou pelos seus pais, com os materiais que tinham disponíveis, nomeadamente a madeira.
Embora muitos desses jogos pudessem e fossem jogados ao longo de todo o ano, era por esta altura que tinham uma maior expressão, muito por força do recolhimento próprio da quadra, levando a que as crianças, e muitas vezes os próprios adultos, procurassem ocupar o tempo de forma sadia e regrada.
É precisamente essa tradição que pretendem recuperar. De acordo com Luísa Novais “o objectivo passa por preservar e divulgar os costumes e tradições da freguesia, unir as famílias, promovendo o intercâmbio e o convívio entre diferentes gerações de seixaleiros, deixando, desta forma, um legado aos mais novos”, esclarece-nos. A presidente da junta do Seixal apela, por isso, a todos os conterrâneos, mas também a todos os madeirenses, a se juntarem a partir das 16h no referido recinto desportivo da localidade. A organização irá disponibilizar alguns piões, que poderão ser utilizados por quem não os tem.
Refira-se que esta iniciativa se enquadra na intenção do presente executivo em promover as tradições locais. Já o fizeram no Carnaval e contam continuar no 1.º de Maio com o ‘Saltar a laje’, no São João com o ‘Saltar a fogueira’ ou com o ‘Arrastar das latas’, por altura de São Martinho. Tradição que se mantém viva e que pretendem impulsionar é o ‘Puxar a corda’, na 1.ª Oitava, em alusão à discórdia que existia entre dois dos mais importantes sítios do Seixal. Nesta dia, reúnem-se os homens de cada sítio e puxam a corda, noutros tempos seria uma parreira, sobre a ponte da localidade, a ver quem sai ‘vencedor’.