Os deputados do Juntos Pelo Povo (JPP) estiveram hoje numa na Camacha, acompanhados pelo presidente da Junta de Freguesia, Pedro Freitas, para mostrar o seu descontentamento pela recente decisão de fecho da agência do Banco Santander naquela localidade.
Conforme fizeram questão de salientar, esta é “uma situação que causa tremendos transtornos para a população da Camacha que deixará de contar com os serviços de proximidade que o banco vinha proporcionando à freguesia e que acaba por travar a dinâmica económica que se procura”, referem em comunicado.
O JPP recusa-se a aceitar a decisão tomada, que, segundo afirmam os elementos do grupo parlamentar, se baseia em “critérios de natureza financeira e demográfica”, os quais não se devem sobrepor “à responsabilidade social de uma empresa financeira que só em 2019, lucrou para cima de 525 milhões de euros, grosso modo, 1,4 milhões de euros de lucros diários”, sustentam.
No mesmo comunicado, o partido, que além de governar a Junta da Camacha, também define os destinos da autarquia de Santa Cruz, deixa claro que “este tipo de decisões, legítimas do ponto de vista da empresa, chocam grosso modo com a população que serve e que lhes confia as suas economias. É que o serviço bancário baseia-se num princípio fundamental que é a confiança, na criação de relações interpessoais com o cliente, entendido como um parceiro do negócio do banco. As teorias neoliberais reduziram o cliente a um número de conta e à frieza dos números e dos rácios de rendimento das agências”, podemos ler.
Sem querer meter “foice em seara alheia”, o JPP considera, ainda, que “um banco existe para além dos lucros com que premeia os seus acionistas. Há um importante papel social que não pode ser ignorado, até porque os portugueses têm, nos últimos anos, andado a salvar bancos através do Fundo de Resolução Bancária, entre os quais o BANIF que foi absorvido para o universo Santander”.
Refira-se que, de acordo com a informação veiculada pelo partido, no passado mês de Agosto, e face a estas notícias, “o Município de Santa Cruz e a Junta de Freguesia da Camacha, apelaram ao banco dirigido por Vítor Calado para que a decisão seja revogada. As autarquias apelaram, também, à vertente social e às centenas de pensionistas que procuram aquele banco para receberem as suas pensões”, asseguram.