Sónia Gonçalves
Sónia Gonçalves
«A Juventude Mariana Vicentina (JMV) é um movimento juvenil que tem por objetivo acompanhar os jovens cristãos no crescimento da sua fé, até à maturidade cristã. (…) JMV é um modo de ser cristão hoje, na Igreja rejuvenescida e enriquecida pela diversidade dos carismas que o Espírito Santo vai suscitando através dos tempos».
Esta definição que o site da associação apresenta hoje não difere muito da que, há mais de vinte anos, me foi apresentada para integrar o grupo de jovens que marcou a minha juventude no Jardim da Serra. Acabei por abraçar o projeto e, pouco depois, ser Vice-Presidente. Excelente opção, pois esta permitiu-me fazer grandes amigos para a vida e aprender, pela primeira vez, a lidar com opiniões divergentes, algo natural quando convivemos com muitas pessoas.
Bons tempos e tantas recordações que ficam para sempre na minha memória, sobretudo pela experiência fabulosa e pela aprendizagem!
Chegámos a ser mais de meia centena! Reuníamo-nos sagradamente todos os domingos e conseguíamos dinamizar a freguesia. Criámos um grupo coral que se demarcava do existente porque um dos elementos tinha uma viola e nos ensaiava. Animávamos algumas missas e festividades com cânticos e organizámos eventos culturais. Éramos muito empenhados e tivemos sempre o apoio do Padre Eleutério, que – apesar de algumas críticas – pacientemente cedia a alguns dos nossos caprichos.
Participávamos em ofertórios, casamentos e outras eucaristias, organizávamos passeios a pé, fizemos uma passagem de modelos, aventurámo-nos no mundo do teatro, debatíamos constantemente temas da atualidade…
Recordo-me que um dia substituí o Presidente, o Rui, que chegara um pouco mais tarde. Ele aligeirava as temáticas e dava sempre um ar mais descontraído aos encontros. Eu, a substituí-lo, por ser da área das Letras e habituada a aprofundar os textos, fiz uma análise textual enfadonha da “lição” e quase consegui adormecer a “plateia”. Aprendi para sempre a adaptar o meu discurso ao contexto! Ainda hoje sorrio quando me lembro deste episódio.
Nunca esqueci o Hino do grupo do Jardim da Serra, criado pela Pala. Transcrevo-o porque a forma como durante anos o entoámos tem um significado especial:
“Pensemos naquelas crianças
Que na guerra morrem à fome
Elas sofrem tanto, tanto
Pelas injustiças do Homem.
Em cada olho uma lágrima,
Pensando na paz,
Unidos vamos ajudar,
Muito, muito mais.
Vem lutar, junta-te a nós.
O grupo unido. Contribuirá para a Paz”.