Lídia Albornoz, vogal da Assembleia de freguesia e presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP em Santa Cruz, votou contra a proposta de Orçamento para 2025. O voto contra aconteceu na reunião de Assembleia de Freguesia do Caniço, realizada ontem. A centrista considera que as prioridades estabelecidas pelo executivo, para o próximo ano, não correspondem às reais necessidades da população.
A autarca afirma que não poderia aceitar este orçamento, tendo em conta que o documento está desalinhado com as aspirações da população. Em causa está a negligência em temas como a manutenção dos espaços públicos, os apoios sociais e a dinamização da vida comunitária.
Lídia Albornoz sublinha que, durante o mandato do actual presidente de Junta, as questões sociais “foram negligenciadas, sem um esforço efectivo para adaptar a freguesia às novas exigências sociais”.
“Parece que a governação do Juntos Pelo Povo ficou estagnada no tempo, sem perceber as mudanças sociais que ocorreram na freguesia, persistindo numa visão exclusivamente residencial do Caniço, quando a realidade exige uma abordagem mais abrangente. Por isso, alerta para a necessidade urgente de se potenciar um desenvolvimento social efectivo, através da criação de infra-estruturas públicas e de iniciativas da junta que promovam e dinamizem as áreas social, cultural e comunitária”, refere a centrista.
Para a autarca, a má gestão do executivo do JPP reflecte-se na proposta de um Orçamento “desajustado à realidade da freguesia, que é evidenciado pela alocação de apenas 1.33% da despesa para a área social”. Também a verba disponível para a cultura, que sofreu um acréscimo em relação ao orçamento anterior, é destinada quase exclusivamente à Festa da Cebola e à Festa Gastronómica, “eventos que devem ser reavaliados para que realmente envolvam e beneficiem a comunidade da freguesia”.
Lídia Albornoz sublinha que, por diversas vezes, transmitiu ao executivo da Junta as suas preocupações e apresentou um conjunto de propostas para a melhoria do Orçamento discutido e votado naquela reunião. Refere que as propostas, apesar de estarem devidamente fundamentadas, não foram incluídas naquele documento. A autarca defendia a necessidade de alocar mais recursos para as questões sociais e comunitárias, como a promoção de actividades intergeracionais ou a criação de um plano de bem-estar e protecção animal, com particular foco nos animais errantes. Além disso, pediu um controle orçamental mais responsável e transparente, propondo a criação de relatórios detalhados sobre as iniciativas de grande impacto social e orçamental, como a Festa da Cebola e a Festa Gastronómica.
A centrista exigiu ainda maior empenho do executivo na defesa dos interesses da freguesia junto de outras entidades, dando como exemplo, a necessidade que interceda junto da Câmara Municipal de Santa Cruz para a cedência do imóvel, que antigamente abrigava a Junta de Freguesia do Caniço, e que poderá servir à comunidade como anexo da Escola EB1 do Caniço, cuja insuficiência de salas de aula é conhecida.
Por fim, Lídia Albornoz esclarece que o seu sentido de voto não foi movido por uma intenção de simplesmente se opor ao executivo da junta, mas sim pelo compromisso e pela responsabilidade de defender o que é verdadeiramente importante para a população da freguesia do Caniço.