António João Gonçalves
António João Gonçalves
Continuo “fincado” na berma da estrada de terra que faz a travessia do Sítio da Alegria ao do Galeão.
O meu olhar continua sobre a freguesia e sempre em direcção à serra.
Logo atrás da igreja, uma grande marca da freguesia, a escola do Lombo Segundo que “nasceu” para agrupar os estudantes que até então andavam espalhados pelas escolas do Terraço, da Cruz, dos Moinhos, do Calhau, da Igreja (as que eu conheci). Esta escola, ainda há poucos anos ganhou por meio da CMF um equipamento desportivo (campo) que possibilita agora aos alunos praticarem desporto sem terem de sair da mesma.
Esta escola, por meio de quem a tem dirigido, tem tido sempre uma postura de abertura e de colaboração à comunidade onde está inserida disponibilizando as suas instalações a determinados eventos para os quais a escola dispõe de excelentes condições.
Junto à escola, o campo desportivo que também está ao dispor de clubes, de escolas, de associações e da população em geral. Recentemente viu o seu piso ser melhorado por meio de um investimento feito pela Câmara Municipal do Funchal, mas ainda espera e desespera pela sua cobertura, já muitas vezes prometida em “momentos especiais” por entidades públicas.
Uma “marca” que São Roque tem no âmbito desportivo, que bem poderia ser complementada por um investimento público feito há uns anos atrás e cuja inauguração mereceu honras de pompa e circunstância, hoje totalmente ao abandono parecendo não ter dono que dele tome conta, o campo situado nas serras do Galeão.
Não vejo, mas trago à memória um outro campo que a freguesia dispõe (isto para além dos que as escolas têm e que também facultam a sua utilização a grupos e a colectividades) o campo de jogos da Penteada que também é muito movimentado e que já merece um olhar mais atento de quem tem a sua superintendência.
Sempre parado e de olhar sobre o que a freguesia tem, recordo alguns dos outrora “ parques desportivos” das gentes de minha geração.
Os campos da Igreja (ficava “por baixo” do miradouro, onde mais tarde a Câmara Municipal do Funchal veio a construir prédios para habitação social), do Encontro, então “estádio da caveira” (onde hoje existe o actual campo de jogos), dos Poços da Câmara no Sitio da Terça (o “terreno” de jogo era a própria laje que cobre os próprios poços), o das Giestas no sítio da Cova (onde acabou por nascer uma urbanização) e o campo do Sr. Baptista no Sitio da Bugearia, onde se jogava à bola sempre com medo do aparecimento do legítimo dono do terreno.
Cá de cima, continuo a olhar para as redondezas do campo de jogos e ainda avisto parte das instalações do grandioso Clube Desportivo de São Roque, a Rotunda que nasceu no antigo Largo do Encontro, o espaço que perdeu um edifício do primeiro quartel do século XX, uma antiga padaria existente desde 1936, que dava uma identidade particular a esta zona e que agora “alberga” um estacionamento ao invés do que havia sido pensado para o local: um Centro Cívico para a freguesia que em 2008 foi anunciado pelo executivo da Câmara do Funchal e da Junta de Freguesia de então que as obras arrancariam em breve, tendo inclusive o Governo Regional suspendido parcialmente em 2009 o Plano Director Municipal para possibilitar a obra, acabando por a adiar sine die em 2011. Marcas, umas que se foram, algumas de valor cultural perdidas pelo facto de quem tinha o dever de as zelar não o ter feito, não ter dado a devida atenção à memória dos lugares, outras que apareceram e começam, goste-se ou não se goste, a tornarem-se referência (marca) da freguesia a quem nela habita ou a procura para algum fim.
Bem, e como de onde me encontro não consigo ver mais nada de relevante senão o negro da terra e árvores caídas que os incêndios de 2016 deixaram como má herança, vou-me pôr a andar. Ainda não sei se desço para o lado do Sítio do Galeão se para o lado do Sitio da Alegria…
(continua)