Meu rico Santo António… da Serra!

Sandra Araújo

“Viva o Santo António,
Viva o São João,
Viva o 10 de junho
E a restauração!”

Junho, mês em que se celebra Portugal, Camões, as nossas Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo, e claro… os nossos Santos Populares, começando logo como meu Santo António que à serra foi parar.

Conta a lenda que Santo António andava pelas serras quando ajudou um mouro a encontrar um bezerro que havia fugido. Mal o seu fidalgo ficou a saber de tal acontecido, ordenou que lhe trouxesse esse ermita que andava nas suas terras sem autorização.

O mouro lá o trouxe… mas era tão simples e apenas… uma escultura em madeira, afirmando, no entanto, que lá na serra era gente.

O fidalgo não acreditando mandou castigar o mouro.

Passado pouco tempo o fidalgo adoeceu e quase a morrer, sonhou que Santo António lhe prometia saúde em troca de uma ermida.

Mal começou a melhorar tratou de cumprir a sua promessa, enviando o material em gado, que teimava em parar num determinado sítio e dali não arredavam pé, pelo que edificou ali a capela, apesar dos alicerces estarem já feitos em outro lugar.

Saudades de tempos idos em que eu, menina e moça em idade escolar, fui festeira, agradecendo desde sempre aos meus pais que pagaram a minha cota, fazendo assim parte da tradição dos jovens do Santo que, pelo menos por uma vez, eram festeiros do Santo Padroeiro.

Contam os mais antigos que esses alicerces estavam feitos onde hoje está a Fonte de Santo António.

(Lenda adaptada do elucidário madeirense)

E como quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto, eis que os anos passaram e, tenho para mim, que Santo António deve continuar a passear pelas serras, pois não há ano quem não o vá visitar, imponente na sua ermida e a aconselhar, no silêncio das palavras e na certeza de um olhar as ambiguidades da vida!

Saudades de tempos idos em que eu, menina e moça em idade escolar, fui festeira, agradecendo desde sempre aos meus pais que pagaram a minha cota, fazendo assim parte da tradição dos jovens do Santo que, pelo menos por uma vez, eram festeiros do Santo Padroeiro.

Atualmente as coisas já não são o que eram, no entanto, sem mastros, bandeiras e luzes a enfeitar, Santo António foi festejado! Foi deixado o profano de parte mas o essencial comemorado.

Santo António está lá no alto, com o menino no seu regaço e a olhar ternamente por todos que outrora abençoou e a todos os que lá o vão visitar!

“Santo António já se acabou,
O São Pedro está a se acabar
São João, São João, São João
Dá cá um balão
Para eu brincar!”