António João Gonçalves
António João Gonçalves
Quem chega à igreja de São Roque do Funchal, logo abaixo do adro da mesma, depara-se com um espaço que convida a uns bons momentos de descanso, de contemplação das áreas circundantes e do desfrutar de uma bela vista sobre a nossa cidade. O Miradouro de São Roque do Funchal.
Este espaço, incorpora na sua parte inferior, duas casas de banho públicas, que actualmente abrem quando se realizam eventos no espaço do Miradouro, quatro lojas de várias dimensões e uma garagem, no momento presente sem uso e de posse privada.
Realce ainda para um fontanário público também aí existente, que tem uma chapa com a inscrição 1950, supõe-se ser o ano da construção e também do Miradouro, onde se encontra um belo quadro de São Roque feito em painel de azulejos.
Na parte superior, todo o espaço publico composto de uma grande área calçada a pedra de calhau, uma “pomposa” pérgula, alicerçada em treze colunas e na qual serpenteia uma corriola que durante grande parte do ano cria a sombrinha tão convidativa a uns bons momentos de descanso e lazer, dá realce a todo o espaço. Existe ainda oito bancos e seis árvores.
Todo o espaço, é rodeado de muros e varandas de ferro. Tem acesso por duas entradas, que apesar de largas, não possibilitam a entrada de viaturas no local. Não à muitos anos, a C.M.F. aplicou uns milhares de euros na requalificação de todo este espaço.
Deste local, virado para sul, o campo de visão sobre a cidade do Funchal vai desde São Martinho a São Gonçalo, abrangendo zonas que vão desde o mar à serra. Mas este espaço de luxo, não se presta só a acolher mirones e gente que procura descansar um pouco.
Nele, já se realizaram acampamentos com tendas montadas pelo chão e até em cima da pérgula, semanas culturais com diversos eventos e desde sempre por altura das grandes festas de São Roque (em Agosto), foi complemento do adro da igreja no acolhimento dos seus habitantes e forasteiros que ali se deslocam, “emprestando” o seu espaço ao uso para os mais variados fins.
Festa que não enfeite e não faça uso do Miradouro, que não lhe ponha lá um palco para actuações de grupos musicais, não use o espaço da pérgula para montar barraca de comes-e-bebes, diz logo o povo que não é festa forte.
Este lugar de luxo da freguesia e da cidade, que enche de gente nas noites de fim-de-ano para verem o fogo-de-artifício, serve ainda a outras muitas realizações. Apesar de na maioria dos meses do ano o Miradouro ser “palco” de uma feira local que ajuda à economia familiar dos seus participantes, é entre Junho e Agosto que se torna num verdadeiro ponto de atração e de encontro de muitos fregueses e visitantes pelos eventos que aí se realizam.
Em Junho, aos fins-de-semana do Festival do Atlântico, os escuteiros promovem o Festival do Dentinho, em Julho a Junta de Freguesia em parceria com a Casa do Povo realizam as “Noites de São Roque” e em Agosto, pelas festas do padroeiro os mordomos (festeiros) fazem do espaço o seu local predilecto para animação do arraial e concretização de várias tradições associadas às festividades (assistir ao fogo, chegadas dos festeiros do passeio na segunda-feira após a festa, enterro do osso).
Muito neste local já se faz, mas muito mais se pode fazer neste lugar nobre de São Roque, dinamizando-o mais vezes durante o ano para atrair mais visitantes à freguesia ajudando desse modo à economia da nossa terra. Há que fazer com que da cidade se “veja” o Miradouro e do Miradouro se “veja” sempre a cidade!