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Monte de turistas não resolve problemas de residentes

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Foto e vídeo Hélder Santos/ASPRESS

“Nunca tivemos tantos turistas como agora”. Quem o assegura é João Gomes, que há mais de 15 anos alimenta promessas e a fé daqueles que não dispensam uma vela a Nossa Senhora do Monte.
No Largo da Fonte todos o conhecem. Até os estrangeiros “que não são muito dados à religião”, a julgar pelo facto de serem poucos os que compram uma velinha para alumiar a padroeira da Madeira. Embora sejam muitos os que diariamente passam por ali, diz que “o negócio está fraco”, pois os madeirenses evitam a confusão e já não procuram tanto o Monte. Ainda se vai safando com os turistas continentais, que são quem ainda compra alguma vela.
Reconhece que a abertura do café que existe na proximidade veio dinamizar um pouco mais a zona ao longo do dia. E as filas de turistas que diariamente aguardam por uma descida alucinante nos carros de cesto ou o número de viaturas de rent-a-car mal estacionadas na berma da estrada principal denunciam a pressão que muitos residentes já sentem.
“Todos os dias é uma confusão, sobretudo na parte da manhã”, refere Francisco Cabral, que a reportagem do DIÁRIO encontrou junto ao antigo coreto, a aproveitar o descanso. “Venho aqui todos os dias, é uma forma de passar o tempo e conversar com algumas pessoas conhecidas”, apressa-se a esclarecer.
Reformado há seis anos, este freguês não tem dúvidas de que a freguesia onde vive há 35 anos evoluiu muito nos últimos anos. “[Viver no Monte] é bom, é agradável”, aponta, salientando que não concorda com tudo o que tem sido feito.
Uma das críticas que faz é à intervenção levada a cabo nas árvores do Largo da Fonte. “Se estivessem doentes não estariam a rebentar como se vê, todas verdinhas e viçosas”, aponta, ao mesmo tempo que lamenta o corte quase raso.

“Podiam ter deixado as árvores um pouco maiores, pois agora estariam a dar sombra a este largo e ficaria tudo muito mais bonito”, assegura. “Foi a maior asneira que eles fizeram, porque o Monte sem estas árvores ninguém pára aqui. É muito calor. Muita gente vinha de outros locais para aqui por causa da sombra, agora não já não vêm”, assegura.
Ainda assim, reconhece o trabalho e o empenho da equipa que lidera a Junta de Freguesia há quase 12 anos, que, como nota, “não podem fazer mais… não se pode fazer milagres”.
E nesse fazer tudo inclui, entre outras coisas, a limpeza dos becos e veredas, o arranjo de alguns jardins ou o apoio social às famílias. “Não tenho razão de queixa, pois está tudo limpo, tudo muito bem arranjado”, resume. “Na minha zona, de dois em dois meses passam lá e limpam aquilo tudo, fica em condições”, acrescenta.
Mas, ‘não há bela sem senão’, por isso coloca o trânsito e o estacionamento do topo das prioridades. Queixa-se de turistas incumpridores que dificultam a vida aos residentes, “sem que as autoridades façam alguma coisa”. Dá o exemplo dos constrangimentos verificados, algumas vezes, com a passagem de autocarros, devido às viaturas estacionadas indevidamente na faixa de rodagem. “São carros atravessados, em frente a garagens. Eles não respeitam nada. É uma vergonha”, garante. E acrescenta que “precisamos de turistas, daqueles que gastam dinheiro, mas não podemos deixá-los fazer tudo o que querem”.
Questionado se isso é um problema exclusivo do centro da freguesia, Francisco Cabral ri-se enquanto aponta em direcção ao Largo das Babosas. “Ainda hoje”, exemplifica, “fui até lá e aquilo era uma loucura, carros atravessados, sem respeitar nada. Depois, a camioneta quer fazer inversão de marcha e não consegue”.
Se no caso das Babosas as soluções são poucas, em relação ao Largo da Fonte existe um parque de estacionamento a pouco mais de uma centena de metros. “Mas eles raramente usam. Preferem estacionar na beira da estrada, mesmo que isso complique o trânsito”, nota.

Pequenas acessibilidades “fazem sempre falta”
Longe do Largo da Fonte, no sítio dos Lombos, fomos encontrar Maria Rodrigues. Mesmo sem querer ser fotografada, com receio de “ficar marcada”, lá foi dizendo que “há promessas que nunca são cumpridas”.
Referia-se às pequenas acessibilidades, sobretudo em zonas onde uma população mais idosa precisa de melhor mobilidade. Colocação de varandas, alargamento de becos e veredas ou mesmo a limpeza de alguns pequenos arruamentos são essenciais para melhorar a qualidade de vida da população. Acima de tudo, são intervenções que “fazem sempre falta”, diz, sem hesitar, do cimo dos seus quase 80 anos e muitas angústias vividas num local onde a natureza não tem facilitado.
Recorda os temporais, lembra-se dos incêndios e ‘morde a língua” para “não dizer mal de mais ninguém, pois é feio”, graceja.
Quem não tem motivos para sorrir é João. Não nos disse o sobrenome quando o encontrámos na Corujeira de Dentro. “Está a ver este casario todo, ninguém se importa connosco”, atira, lamentando as condições de algumas habitações.
“Quando há eleições vêm todos a correr aqui prometer mundos e fundos, mas depois de estarem no poleiro esquecem-se de tudo”, diz, irritado e com mágoa.
Esquecido também parece estar o Museu do Romantismo, que tarda em ficar pronto. Mas há mais na lista das reivindicações. Há quem peço um balcão dos CTT; há quem peça mais transportes públicos, que se ajustem aos horários dos residentes e não apenas dos turitas; não falta quem peça a limpeza dos terrenos, sobretudo quando o calor aperta; querem, também, maior intervenção nas linha de água e no controlo da vegetação infestante nas serras, lembrando que “o Monte não se resume ao Largo da Fonte, à igreja e às Babosas”, pois “esse já não é o Monte dos madeirenses e de quem aqui vive”, revelam com tristeza no olhar e saudade de outros tempos.

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Marco Livramento
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