Carlos Caldeira
Carlos Caldeira
Este clube surge em 1974/1975, em São Roque, no sítio do Lombo Jamboeiro em parceria com o Lugar do Meio, pela mão de um conjunto de rapazes que se reuniam com o propósito de jogar futebol.
Este grupo de amigos começou no chão do “bardinho” que era uma estrada de calçada, com cerca de 2m de largura por 10m de comprimento. Nos jogos de futebol, as equipas eram compostas por 3 elementos, para cada lado e a equipa que perdesse, saía.
Participavam em torneios particulares (não federados) ao fim-de-semana, nomeadamente em Câmara de Lobos, Almirante Reis e em São Roque, mais conhecido por “zona do encontro”.
Não tinham treinador, mas atendendo ao seu espírito competitivo, tiveram necessidade de ter ajuda de um orientador.
Sendo que, logo de início da sua participação nestes torneios, obtiveram bons resultados, dando nas vistas para os residentes destes sítios, com a prática de um bom nível de futebol.
Os troféus eram guardados, numa pequena adega, que servia também para convívio dos atletas e pessoas do sítio.
Surgiu então um grupo de simpatizantes, que avançou para a constituição da associação com o nome “Clube Recreio Desporto”.
A partir daí o clube tornou-se oficial e federado cujo primeiro presidente era residente no sítio, assim como o primeiro treinador da equipa de futebol, antigo jogador do União da Madeira.
Para continuar a crescer e singrar no “mundo do futebol”, a direcção do clube procurou um local para a sua sede, que veio acontecer numa dependência que pertencia aos pais de um dos jogadores e fundador, no sítio do Lombo Jamboeiro, que após a sua instalação, em anos seguintes, faz uma ampliação e foi designada como a sede do clube.
O clube possuía um emblema em forma de estrela, tendo a cor do seu equipamento mudado do vermelho e branco, para o branco, por confundir-se com o equipamento do Sporting de Braga.
A vontade de jogar futebol era muita, pois também não haviam outras alternativas, mas para a prática deste desporto sempre houve recintos e jogadores. Daí os resultados serem surpreendentes. Logo no 1.º campeonato federado, ficaram classificados em 3.º lugar da competição.
No início, os jogadores compravam o seu equipamento e após os jogos levavam para casa para o lavar. O transporte dos jogadores era feito em viaturas próprias e só posteriormente o clube começou a organizar excursões para que houvesse apoio e assistência ao clube.
Nos cerca de 20 anos de existência do clube, algumas histórias caricatas aconteceram. Uma delas, aquando da queda da ponte do Faial, a equipa e os carros ficaram numa margem (São Roque do Faial) e os jogadores e equipamentos tiveram de atravessar a pé para a outra margem, para que uma outra viatura os levasse para um jogo em Santana.
A falta de um recinto próprio para jogar, que chegou a ser equacionada pela Direcção junto ao campo do Andorinha, mas que nunca avançou, foi, na minha perspectiva o que ditou o seu fim. No entanto, ainda houve “tempo” para ter outras modalidades, nomeadamente o tiro e a pesca.
O sítio do Lombo Jamboeiro ficou mais pobre, mas as memórias desde clube não se apagam…