Jardineiros e pauleiros nem queriam acreditar no que ouviam. À medida em que o secretário regional do Equipamento e das Infra-estruturas juntamente com presidente da Câmara e presidentes das Juntas passavam pelos espaços de restauração das duas freguesias anunciando que a empreitada vai para o terreno no dia 12 deste mês, a população, sorria, mas desconfiava. O histórico de promessas falhadas é extenso daí que ‘quando a esmola é muita, o santo desconfia’. Mas Pedro Fino dava a sua palavra: “Compreendo o sentimento, mas eu estou no Governo para trabalhar e a obra iniciar-se-á de segunda a oito dias”, dizia num tom modesto que tem caracterizado o governante.
Pedro Fino e Carlos Teles não se cansavam de sensibilizar para a importância da obra que durante os próximos três meses irá causar limitações à circulação automóvel naquela zona. O governante disse que “pontualmente” poderá haver uma abertura, mas sem quaisquer garantias para não colocar em causa a segurança dos automobilistas. A alternativa viária será o antigo troço entre a Fajã da Ovelha ao Paul do Mar.
A obra, financiada a 75% pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos – PO-SEUR e a 25% pela Lei de Meios, tem um valor para a Fase A, de 18,4 milhões de euros, e um prazo total de execução de 18 meses.
Nesta primeira fase da obra, que agora se inicia, serão executados trabalhos numa extensão aproximada de 1 080 metros, correspondendo à construção de um túnel com uma extensão de 1 051 metros, que constituirá uma alternativa ao actual troço entre o túnel da Ribeira Funda e a entrada do Túnel para o Paul do Mar. O actual entroncamento entre o túnel do Paul do Mar e o acesso ao Jardim do Mar será substituído por uma rotunda, parcialmente assente sobre uma solução em estrutura.
Esta variante à estrada existente será dotada de órgãos de drenagem, equipamentos de sinalização e segurança, iluminação, ventilação, rede de combate a incêndios, postos SOS e extintores.
“Fase B” em concurso
No troço a intervencionar numa fase B, a escarpa sobranceira à via apresenta alturas entre 130 a 150 metros, a solução encontrada para protecção dos utentes consiste na construção de uma estrutura “em consola”, em betão armado pré-esforçado com cerca de 570 metros, dividida em dois troços, de 240 e 331 metros.
A faixa de rodagem terá uma largura de 6,50 metros nas zonas com estrutura de betão armado, acrescida de um passeio com 1 metro de largura, com o objectivo de garantir maior segurança aos peões, nas deslocações entre o Jardim do Mar e o Estreito da Calheta.
No âmbito da obra, será também intervencionado o pontão sobre a Ribeira Funda, cuja extensão é de cerca de 15 metros. Na parte final do traçado, será estabilizado o talude sobranceiro à ER223, numa extensão de 114 metros, com recurso a betão projectado e pregagens. A intervenção compreende ainda os trabalhos de pavimentação, iluminação pública, sinalização vertical e horizontal e equipamentos de segurança.
“Finalmente”
Quem não escondia satisfação era Carlos Teles. O presidente da edilidade disse “finalmente uma velha aspiração” da população será concretizada antevendo que, com a segurança assegurada, as duas freguesias vão crescer em diversos domínios, mas sobretudo na hotelaria.