Isabel Freitas
Isabel Freitas
Estes últimos dias têm sido menos fáceis de gerir… lá foram as férias de verão, com muito saudosismo misturado com alguma tristeza, e com a certeza da necessidade de muita energia para recomeçar este novo ciclo.
É um ter que voltar às rotinas e criar outras, às adaptações dos horários, à plasticidade e ginástica das múltiplas atividades, quer dos miúdos quer às nossas, ao ritmo dos ponteiros dos relógios, sim porque o tempo não pára, fugindo-nos pelos dedos das mãos neste início de ano letivo.
Este setembro mais parece um janeiro porque é quando começa tudo de novo, após um período de férias que nos faz pensar na necessidade de apreciar a vida com calma e com prazer, de forma intensa e sentida, em cada momento. Depois, mal damos por nós, já estamos a ser “engolidos” pela azáfama desta altura e pela necessidade urgente de organizar e conciliar mil e uma coisas, de maneira que resulte para todos.
Fico com a sensação que cada ano que passa, o processo torna-se menos fácil!
Este início do ano escolar não é só deles, é também “nosso” e já cheguei à conclusão que todos os anos, por muito que cresçam e abracem uma nova etapa na vida, nasce sempre um aperto no nosso coração, uma mordida de ansiedade, uma lágrima no canto do olho, e aquela vontade de chamá-los mais uma vez para lhes dar um abraço e enchê-los de beijos ficando a torcer para que o novo desafio lhes dê asas, e acima de tudo, os faça felizes! Este novo ciclo não é leve, pois reflete o somatório das expectativas e medos que uma mãe ou um pai enfrenta, ao ver os seus rebentos crescerem, enfrentarem o mundo, subirem os degraus da vida!
Mas faz parte da nossa caminhada, e ainda bem que assim o é! Tudo isto é importante porque cada mudança, cada terminar, cada começo, fazem parte, marcam a diferença e dão sentido ao nosso percurso!
E nesta mesma velocidade e sem sentirmos já entrámos em outubro, este mês de outono que em breve nos vai serenar e alinhar os ritmos; que nos vai inebriar com os cheiros da terra e deslumbrar com a beleza da natureza pintada com as cores das folhas das árvores caídas; com os dias a ficarem mais curtos e a nos convidarem a desfrutar de mais tempo em casa e com a família; com o prazer da comida de conforto e de umas bebidas quentes; com a inevitável troca da roupa de verão pelos casacos, meias e pijamas quentinhos; com uma sentida nostalgia da qual gosto tanto e confesso admitir uma pressagiada alegria provocada pelo ar fresquinho que me tem envolvido nos fins destas últimas tardes, adivinhando a chegada desta época tão especial.