

O PS votou, ontem, contra o Orçamento da Freguesia de São Martinho para 2026. Os socialistas afirmam que o documento prevê um corte nos apoios às famílias e, em contraposição, aumenta em 25% as despesas de pessoal. O partido aponta que tudo isto tem em vista “criar novos «tachos», nomeadamente um cargo de direcção intermédia, que irá ganhar 85 mil euros por ano.
Num comunicado enviado à imprensa, o PS indica que se verifica um aumento das taxas em 79%, “penalizando directamente os cidadãos”. Números que, segundo Gonçalo Leite Velho, vogal do PS na Assembleia de Freguesia, mostram uma prioridade clara deste executivo: “mais cargos e ajudas de custo, menos apoio às famílias”.
Os socialistas criticam “esta deriva preocupante na gestão orçamental da freguesia de São Martinho, considerando inconcebível que as famílias – que já enfrentam tantas dificuldades – sejam penalizadas e que, em sentido oposto, o PSD continue o seu habitual ‘regabofe’ de criar ‘fatos à medida’, consoante os seus interesses partidários”. Sabendo que o presidente da Junta de Freguesia optou por estar a meio tempo na autarquia, o PS questiona mesmo se o “cargo criado à medida é para desempenhar as funções que seriam do próprio presidente”.
Gonçalo Leite Velho não deixa de apontar o facto de o Orçamento ter passado com o voto favorável do PSD e a “abstenção beneplácita” do Chega, “partido que se diz contra os tachos”, mas “fez como Pilatos e lavou as suas mãos”. “Esta postura, aliada à ausência de um elemento do JPP, fez com que o Orçamento fosse viabilizado, apesar de a oposição ter a maioria na Assembleia”, faz notar.
O socialista considera inaceitável que se opte por criar este cargo em vez de apoiar quem mais precisa e alerta que, sem uma oposição firme, estas práticas vão agravar-se, abrindo caminho a um “vale tudo” na criação de “benefícios para uns poucos, à custa de todos”.