• São Jorge
    • Calheta
      • Arco da Calheta
      • Calheta
      • Estreito da Calheta
      • Fajã da Ovelha
      • Jardim do Mar
      • Paul do Mar
      • Ponta do Pargo
      • Prazeres
    • Câmara de Lobos
      • Câmara de Lobos
      • Curral das Freiras
      • Estreito de Câmara de Lobos
      • Jardim da Serra
      • Quinta Grande
    • Funchal
      • Imaculado Coração de Maria
      • Monte
      • Sé
      • Santo António
      • Santa Luzia
      • Santa Maria Maior
      • São Gonçalo
      • São Martinho
      • São Pedro
      • São Roque
    • Machico
      • Água de Pena
      • Caniçal
      • Machico
      • Porto da Cruz
      • Santo António da Serra
    • Ponta do Sol
      • Canhas
      • Madalena do Mar
      • Ponta do Sol
    • Porto Moniz
      • Achadas da Cruz
      • Porto Moniz
      • Ribeira da Janela
      • Seixal
    • Porto Santo
      • Porto Santo
    • Ribeira Brava
      • Campanário
      • Ribeira Brava
      • Serra de Água
      • Tabua
    • Santa Cruz
      • Camacha
      • Caniço
      • Gaula
      • Santa Cruz
      • Santo António da Serra
    • Santana
      • Arco de São Jorge
      • Faial
      • Ilha
      • Santana
      • São Jorge
      • São Roque do Faial
    • São Vicente
      • Boa Ventura
      • Ponta Delgada
      • São Vicente
Maio. O mês das flores
15 Maio, 2018
Ainda sobre o Calhau de São Jorge
27 Julho, 2018

Ainda sobre os animais…

2 Julho, 2018 às 11:21
Paula Noite

Paula Noite

Sempre vivi numa freguesia (São Jorge) onde em todas as casas, para além de um arco-íris de flores à porta, havia também, na sua maioria, um cão e/ou um gato.

Amigos de quatro patas, entenda-se os cães e os gatos, de que muito se fala.

Saçaricavam livremente, dormindo estendidos preguiçosamente na sombra da pereira ou da ameixieira no “terreiro” à frente da casa. Como guardas. A qualquer barulho, despertavam, estendendo um olhar atento aos arredores. Mal pressentiam o dono, orelhas arrebitadas, davam um salto abanando a cauda, numa festa efusiva que passava pelos saltos à volta dele e generosas lambidelas, seguindo-o para todo o lado.

Pousado o casaco, a foice ou a saca de lona (sarapilheira) que fazia de “molhelha”, para fazer uma ou outra diligência ou para tomar um “grogue” na “venda” da esquina, o Farrusco, o Funchal, o Bobi ou o Tareco (nomes comuns dos cães na altura)sentava-se ali vigilante, soltando um ladro ou rosnand, mostrando a dentadura a quem se atrevesse  aproximar-se dos pertences do seu dono.

………………………………………………………………………………………………………………………

A noite caía escura como breu.

No silêncio frio e no escuro da noite, ouvia-se o primeiro latido. E de repente, qualquer barulho era pretexto para um latido mais forte. E logo, de todos os sítios respondiam os outros cães. Como uma orquestra, desafinada por vezes.

Eram latidos fortes, por vezes uivos prolongados como lamentos, que nos faziam arrepiar. Um som cortante. Escondíamo-nos então debaixo dos cobertores, com medo, revivendo naquela hora todas as histórias de terror, de bruxas e fantasmas que eram contadas à noite em família. Histórias contadas no escuro da noite, à luz das labaredas crepitantes do “lar”. Cuspindo fogo e fumo e alimentando os nossos medos.

Era assim, em algumas noites. Noutras, na chamada lua dos gatos, era um miar prolongado, cortante, entre lutas e correrias.

Olhos que brilhavam no escuro como pequenas luas.

Chegam depois as férias. E um animal, nessa altura, simplesmente atrapalha. E mais uma vez vão parar à rua deserta, sós, abandonados e esfomeados de comida e afeto. Da presença de um dono.

E vivíamos felizes, nós e eles. Eram nossos amigos que e sempre nos acompanhavam. E que não existiam nas ruas, abandonados.

………………………………………………………………………………………………………………………

Hoje os amigos de quatro patas continuam a ser amigos. Meus e de todos nós.

De início, pequeninos, uma bolinha de pelo, fofa, com olhos cintilantes que nos fixam e nos conquistam e que passam a fazer parte da família. E são tratados como tal.

Criam-se laços, fortes, entre o animal e o dono. Um amor incondicional. Que combate a solidão de muitos, onde só ele (o animal) está presente, faz companhia à sua maneira, reduz a tristeza daquele que acompanha.

Sem raça definida, com raça, têm acompanhamento do veterinário, as vacinas em dia, a ração, o petisco, os brinquedos. E o chip também. E o amor do(s) dono(s). Mas há aqueles para quem ter um amigo destes é moda. Escolhem a raça e passeiam-no pela rua, ostentando um animal forte, que os arrasta em exercício contínuo e esgotante. Todos os dias à mesma hora aquele desfile. Até que se cansam. E abandonam o amigo lá longe, em lugar desconhecido, numa estrada fria e deserta, onde o animal vagueia tristemente em busca de alguém, de um dono, do seu dono… Alguns têm sorte. São adotados ou deambulam esqueléticos até cair. E algumas vezes arranjam um outro amigo, outra bolinha de pelo. Tão fofinha…..

Chegam depois as férias. E um animal, nessa altura, simplesmente atrapalha. E mais uma vez vão parar à rua deserta, sós, abandonados e esfomeados de comida e afeto. Da presença de um dono.

Então nós, amantes de animais, podemos com um gesto simples, na impossibilidade de adotar um destes animais, colocar água e comida, minimizando o sofrimento daqueles que tantas vezes nos dão lições. Lições de amor. De proteção, ao dono e aos filhotes. Que ensinam muitas vezes os humanos a serem pais e mães, quando protegem as suas crias. Lições de partilha e humildade.

Share

Publicações relacionadas

São Jorge foto: João Márcio Matos

24 Abril, 2022

A vista é deslumbrante!


Ler mais

Dalila Cunha

23 Abril, 2022

Casa, São Jorge


Ler mais
23 Abril, 2022

Por mar, montanhas, montes e vales…


Ler mais

Eventos

Últimas

  • Grupo de Folclore da Casa do Povo de Gaula em intercâmbio na Azambuja
  • Junta investe em habitação, agricultura e requalificação de trilhos
  • Exposição lúdica da Associação Ornitológica da Madeira em São Roque
  • EB1/PE das Figueirinhas realiza mobilidade Erasmus+ na Áustria
  • Tunacedros de São Roque do Faial em digressão a Viseu
Copyright © 2018 Empresa Diário de Notícias, Lda. Todos os direitos reservados.