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Outono da vida

12 Outubro, 2018 às 10:51
Paula Noite

Paula Noite

Na vida, na nossa vida, poderia estabelecer-se um paralelismo entre ela e as estações do ano. Sim.

A primavera seria a altura em que nascíamos, desabrochávamos; no verão amadurecíamos e dávamos fruto. Chegado o outono, começávamos um ciclo que terminaria num inverno qualquer, tal árvore despida de folhas e de vida.

Efetivamente, vivemos a nossa infância com as brincadeiras e traquinices caraterísticas dessa fase, passando depois por uma adolescência um tanto ou quanto conturbada, com uma pressa doida de que os anos passem. Objetivo? Atingir rapidamente a maioridade, sermos independentes, fazermos aquilo que queremos, mas que muitas das vezes não podemos.

Começa então o nosso verão.

É quando surgem os nossos frutos, os filhos lelos quais sentimos um amor incondicional que nos faz mover montanhas. Que fazem parte de nós e mesmo quando estão longe, nunca partiram.

Neste ciclo, os anos passam muito rapidamente e quando nos apercebemos entrámos já na casa dos cinquenta, já meio século vivido.

É quando nos apercebemos que a vida passou a correr. E sentimo-nos já no outono da vida, tingidos dum tom mais escuro, quase castanho, como folhas caídas.

Neste quadro sentimo-nos descaídos e tristes, saudosistas até. Olhando para trás, revivendo momentos e lamentando aquilo que não foi feito.

Então, nos recônditos da minha memória, surge um quadro de infância.

Assim poderá ser no nosso ciclo. Já passando do meio século, podemos (e devemos) acreditar que se o outono se reveste de um tom dourado, neste paralelismo, o outono da vida terá também esta tonalidade.

Tinha eu sete anos quando entrei na escola. Cheguei e parei olhando o edifício. Fui devagar, um tanto ou quanto desconfiada, parando frente à escola. Observei e entrei. Tudo era velho. A casa, aquelas paredes já cinzentas, um quadro negro já desbotado e as “carteiras”, de uma madeira escura, plano inclinado, severas, à minha espera. Tudo velho menos a professora que me olhava com o seu cabelo grisalho, mas com um grande sorriso. Porque aquele sorriso, tal como o sol de outono, dourava o quadro velho, as mesas velhas, a sala e a escola velha. E a nós também, tornando-nos mais confiantes.

Assim poderá ser no nosso ciclo. Já passando do meio século, podemos (e devemos) acreditar que se o outono se reveste de um tom dourado, neste paralelismo, o outono da vida terá também esta tonalidade.

Passamos a dourar as pequenas coisas, aquelas que se calhar nunca lhes demos importância. O nosso olhar torna-se diferente, mais atento para a descoberta dos pormenores.

Passamos a viver com mais garra, cada dia como se fosse o último. Numa pressa de viver como se não tivéssemos tempo para fazer tudo o que queríamos. Arranjamos então tempo, aquele que nos faltou para fazer muito daquilo que queríamos. Porque acreditamos ter ainda tempo para concretizar muitos dos nossos sonhos. Sonhos e muitos deles adiados por várias circunstâncias; que no rodopio da vida foram arrumados algures. Esquecidos.

Valorizamos o sol, o mar, o vento, as montanhas, o acordar. E nos momentos em que a nostalgia estende o seu manto, lembramos que o outono se reveste de um tom dourado.

Que o inverno, muitas vezes revestido de branco, ainda está longe.

E continuamos a viver. Um dia de cada vez, mas com intensidade.

Porque, como um slogan feito outrora, “Mais do que dar anos à vida, temos de dar vida aos anos”.

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