O presidente da Associação Desportiva do Campanário, Luis Drumond, referiu em comunicado que o BPI, entidade responsável pela caixa multibanco existente na sede da Associação, desde 2007, que a 31 de dezembro de 2021 rescinde unilateralmente o contrato de instalação da ATM referenciada na freguesia de Campanário.
Adianta ainda que esta decisão irreversível, deixará a população do Campanário (cerca de 5000 habitantes) e zona nascente de Ribeira Brava (Zonas altas de São Paulo e zona de São João, e parte poente da Quinta Grande (vera Cruz) que acedem à via rápida preferencialmente pelo Campanário) apenas com um multibanco na estação de serviço do Campanário.
O comunicado refere que após o encerramento da dependência do Banco Espírito Santo do Campanário, e da retirada do Multibanco do edifício do Centro Cívico de Campanário, agora cabe ao Campanário Centrum Club, localizado junto ao nó da via rápida do Campanário, e por esta razão, com posicionamento estratégico, ficar mais pobre nos serviços que proporcionava à comunidade envolvente. Este desfecho tem como alegação do BPI, um deficit de rentabilidade da caixa multibanco, apesar de há anos que a Associação Desportiva do Campanário, Escola de Condução de Campanário e Bar Cabral (da sede da associação) partilharem o suporte do custo de cerca de 50€/Mês para ajudar a manter a viabilidade da Caixa e a prestação do serviço público à comunidade. A Proposta avançada presentemente para a viabilidade da ATM implicava a comparticipação em 250€/Mês (3000€/ano), o que se afigura insuportável para estas instituições, para mais para assegurar um serviço publico. A situação é de difícil compreensão, pois quase todas as semanas esta caixa é comprovadamente carregada pela empresa de reposição de valores, sendo muito procurada pelos que ali passam. Desde a comunicação inicial em outubro, que a Associação Desportiva do Campanário, encetou algumas démarches junto doutras instituições bancárias, mas o interesse ainda não foi evidente, tendo alertado mais recentemente, após a posse para novos mandatos, os autarcas da Junta de Freguesia de Campanário e Concelho de Ribeira Brava, sentindo por parte desta última instituição, uma abertura e sensibilidade para esta matéria de empobrecimento e dificuldade acrescida às populações periféricas, pois situações análogas estão a se passar no concelho e em várias freguesias.
No entender de Luís Drumond, presidente da Associação Desportiva do Campanário, estes encerramentos, mesmo que suportados na viabilidade económica, demonstram a voracidade da Banca no geral e a apatia do poder Governativo, especialmente o central, pois, estas instituições de modo cada vez mais evidente, encerram balcões e caixas multibanco não rentáveis, e mais periféricas, dando um forte contributo para a crescente dificuldade das populações periféricas, e de menor densidade, juntando-se aos recuos dos CTT, dos serviços escolares e de saúde, entre outros serviços públicos, mas no caso dos bancos, as crises ocorridas ou os desvios dos seus gestores, são corrigidos ou suportados pelo estado, por consequente pelos cidadãos, para mais, obtendo rentabilidades favoráveis com as explorações das ATM´s nos grandes centros Urbanos e populacionais, muitas vezes usando o acesso para o espaço público sem contrapartidas, mas recusando-se a abrir, manter e até encerrando estes serviços de Caixas ATM, onde mais elas fazem falta, olhando apenas à vertente economicista, com o olhar impotente dos cidadãos que suportam estas instituições bancárias nos seus devaneios e crises, mas que vêem-lhes virar as costas com a complacência do estado, sem que este legisle sobre o serviço público que representa estes postos ATM.
Luís Drumond, refere que a população do Campanário prepara-se para ser brindada com a prenda de natal com a retirada da Caixa Multibanco da sede da associação local no final deste ano, acalentando apenas a esperança que as entidades locais possam dar um contributo para suplantar esta perda de serviço de utilidade pública, lançando-se também o repto para uma reflexão e debate sobre a necessidade de legislar sobre a classificação de serviço de interesse publico para as ATM´s e regulamentar exigências além da rentabilidade para a existência destes equipamentos dispersos pelas localidades periféricas e de baixa densidade populacional.